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Chuva de meteoros Leônidas atinge o pico; saiba como observar

by Fesouza
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Conforme anunciado pelo Olhar Digital no calendário astronômico de novembro, na madrugada desta segunda-feira (17) ocorre o pico da chuva de meteoros Leônidas, que acontece todos os anos nesta mesma época, quando a Terra, em seu movimento em torno do Sol, atravessa uma trilha de detritos deixada pela passagem do cometa 55P/Tempel-Tuttle. 

O mais legal é que o fenômeno poderá ser visto a olho nu de qualquer lugar do Brasil onde o céu estiver aberto, sem nuvens. Embora normalmente seja possível ver de 10 a 15 meteoros por hora, essa chuva costuma surpreender. Já houve anos com um surto de intensidade incomum, com o registro de centenas deles a cada hora.

Chuva de meteoros Leônidas atinge o pico; saiba como observar
Imagem obtida em 17 de novembro de 2020, em Leicester, Carolina do Norte, EUA, durante o pisco da chuva de meteoros Leônidas. Crédito: James Reynolds via EarthSky.org

Como ver a chuva de meteoros

Como a Lua está no início da fase nova, ela está quase sem brilho, o que pode tornar o cenário perfeito. Quem quiser contemplar o espetáculo, no entanto, deve estar disposto a seguir madrugada adentro, já que os primeiros meteoros só poderão ser vistos depois da 1h da madrugada (horário de Brasília), com o maior fluxo começando por volta das 3h em diante.

Neste momento, a constelação de Leão estará surgindo no horizonte a leste (mesma direção em que nasce o Sol). É lá que os meteoros convergem, pois este é o radiante da chuva, motivo pelo qual ela recebe esse nome.

Chuva de meteoros Leônidas atinge o pico; saiba como observar
Imagem composta capturada em 18 de novembro de 2023, em Edmonton, Alberta, no Canadá. O fotógrafo demarcou a constelação de Leão. O meteoro brilhante à direita dela produziu um rastro persistente que permaneceu visível por cerca de cinco minutos. Crédito: Joel Weatherly via EarthSky.org

De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, De São Paulo, o radiante da chuva de meteoros aparecerá a uma altitude máxima de 38° acima do horizonte e, com base nisso, estima-se que podem ser vistos até nove meteoros por hora no pico do evento.

É recomendável usar um app ou site de astronomia (como Star Walk, Stellarium ou SkySafari) para ajudar a localizar esta área do céu e checar o melhor horário de visibilidade em sua cidade.

E prepare-se para avistar meteoros com rastros longos e esverdeados, características provocadas pela composição do cometa de origem. Com um período orbital de aproximadamente 33 anos, o cometa Tempel-Tuttle passou por perto da Terra mais recentemente em 1998, devendo retornar em 2031.

Procure um lugar com o mínimo de poluição luminosa possível e se acomode confortavelmente, aguardando a passagem dessas incríveis “estrelas cadentes”. Caso não dê sorte na primeira noite, não se preocupe: o espetáculo se repetirá na madrugada seguinte e, com cada vez menos intensidade, até o fim do mês, oferecendo mais oportunidades para fazer seus pedidos!

Chuva de meteoros Leônidas atinge o pico; saiba como observar
A imagem acima foi tirada em 2001, quando as Leônidas cruzaram Uluru, na Austrália. Trata-se de uma composição digital de 22 quadros separados, incluindo um ao pôr do Sol. A Nebulosa da Goma é visível no canto superior esquerdo. Crédito: Vic & Jen Winter (CSTARS Astronomy) via APOD/NASA

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História e curiosidades das Leônidas

A chuva de meteoros Leônidas tem registrado momentos históricos de grande intensidade. Em 1833, ela caracterizou a primeira grande tempestade de meteoros da era moderna, com impressionantes 100 mil ocorrências por hora. Até então, os astrônomos acreditavam que meteoros eram fenômenos atmosféricos, como chuva ou neve. Após esse megaevento, surgiram teorias sobre a origem espacial dos meteoros. 

Em janeiro de 1834, Denison Olmsted propôs que eles vinham de nuvens de partículas no espaço. Mais de 30 anos mais tarde, astrônomos associaram as Leônidas ao cometa Tempel-Tuttle, com órbita estimada em 33 anos. Previsões acertaram a grande atividade seguinte, em 1866.

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Xilogravuras antigas retratando a tempestade de meteoros Leônidas de 1833, conhecida como “a noite em que as estrelas caíram”. Crédito: Autor desconhecido via Wikimedia Commons

Outra manifestação notável ocorreu em 1966. Observadores na América do Norte e no Havaí viram 40 a 50 meteoros por segundo durante 15 minutos. Na manhã seguinte, o fenômeno chegou ao Leste Asiático e à Austrália, encantando milhares de pessoas com o brilho intenso e rápido das Leônidas.

O padrão da chuva se mantém estável, com picos a cada 33 anos. Mas só no final do século XX os astrônomos conseguiram calcular sua atividade com precisão, graças à computação avançada. A chuva de 1999 foi a primeira prevista com segurança, abrindo caminho para estimativas confiáveis.

Hoje, graças a modelos computacionais, sabemos até o minuto em que o pico acontecerá. Segundo a plataforma de monitoramento do espaço Starwalk.space. a próxima grande exibição, com até 400 meteoros por hora, está prevista para 17 de novembro de 2033. Isso permite que entusiastas e cientistas se preparem para observar um dos espetáculos celestes mais impressionantes do nosso céu.

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