Um estudo da Escola Médica de Harvard, publicado no JAMA Surgery, revelou que cirurgiões americanos apresentam taxas de mortalidade por câncer mais que duas vezes maiores do que médicos não cirurgiões.
Apesar de terem mortalidade geral inferior à de trabalhadores fora da medicina, os cirurgiões registraram 193,2 mortes por câncer por 100 mil, contra 87,5 entre outros médicos e 162,0 entre profissionais como advogados, engenheiros e cientistas.

Dados do estudo
- A pesquisa analisou mais de 1 milhão de registros de óbito, de indivíduos entre 25 e 74 anos, extraídos de bancos de dados nacionais dos EUA.
- Foram considerados 224 cirurgiões, 2.740 médicos não cirurgiões e diversas outras ocupações.
- A mortalidade geral entre cirurgiões foi de 355,3 por 100 mil, comparada a 228,4 para outros médicos e 632,5 entre todos os outros trabalhadores.
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Câncer como causa principal
Embora os cirurgiões apresentem taxas significativamente menores de mortes por doenças como gripe, diabetes, doenças respiratórias, renais e hepáticas — indicando melhor acesso à saúde e prevenção — o câncer se destaca como um ponto fora da curva.
Ele foi a principal causa de morte no grupo, sendo a única categoria em que os cirurgiões superaram outros médicos e profissionais em taxa de mortalidade.
Os autores sugerem que fatores específicos do ambiente cirúrgico, como exposição a substâncias tóxicas, estresse crônico ou perturbações do ritmo circadiano, podem estar por trás desse aumento.
Se as mortes por câncer fossem reduzidas ao nível de outros médicos, a mortalidade dos cirurgiões seria equivalente à dos seus colegas não cirurgiões — levantando preocupações sobre riscos ocupacionais invisíveis da profissão.

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