Após Donald Trump afirmar na semana passada que a Coca-Cola mudaria sua receita, passando a adoçar a bebida com açúcar de cana, ao invés do tradicional xarope de milho, a companhia não confirmou a mudança imediatamente. Porém, a nova receita anunciada pelo presidente americano será usada.
A empresa revelou nesta terça-feira (22), em seu relatório de resultados, que, como “parte de sua agenda contínua de inovação”, lançará uma “oferta feita com açúcar de cana dos EUA” como parte de sua linha de produtos.
Algumas versões da Coca-Cola já usam açúcar de cana, incluindo a versão da bebida vendida no México. Quando disse que a receita mudaria, Trump que a nova Coca-Cola seria “melhor”. Mas será que, sem o xarope de milho, a bebida realmente fica mais saudável?
A diferença entre açúcar de cana e xarope de milho
- Presente em grande parte dos alimentos industrializados, o xarope de milho com alto teor de frutose (HFCS) é um adoçante feito a partir do amido de milho processado.
- Diferente do açúcar de cana, que é naturalmente composto por 50% glicose e 50% frutose (formando a sacarose), o HFCS passa por um processo enzimático que aumenta artificialmente a proporção de frutose.
- As versões mais comuns do xarope têm 42% ou 55% de frutose, sendo a primeira usada em alimentos como cereais e produtos assados, e a segunda, mais doce, em refrigerantes. O restante é glicose e água.
- Já o açúcar de cana, por ser uma molécula única de sacarose, precisa ser quebrado pelo organismo para liberar a glicose e a frutose.
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Preço alto do açúcar popularizou o xarope de milho
O HFCS começou a ser amplamente usado nos Estados Unidos a partir dos anos 1970, impulsionado por subsídios ao milho, alta do preço do açúcar, e avanços tecnológicos.
A Coca-Cola substituiu o açúcar tradicional pelo xarope no início dos anos 1980 (exceto no México). Além de ser mais barato, o HFCS é mais estável, o que aumenta a durabilidade dos produtos.
Embora eficiente para a indústria, o HFCS levanta preocupações em saúde pública, por estar presente em grande volume em alimentos ultraprocessados e ser associado a obesidade e distúrbios metabólicos.
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