Cometa 3I/ATLAS brilha em nova imagem de raios X

Conforme noticiado pelo Olhar Digital, o cometa 3I/ATLAS foi registrado pela Missão de Imageamento e Espectroscopia de Raios X (XRISM), um telescópio de raios X operado conjuntamente pelo Japão e pela Agência Espacial Europeia (ESA), marcando um avanço importante para entender como materiais vindos de fora do Sistema Solar interagem com o Sol. 

Capturadas entre  a noite de 26 e o fim da tarde de 28 de novembro, as imagens da XRISM representam a primeira vez que um objeto interestelar foi observado em raios X.

A ESA divulgou agora um novo registro obtido no mesmo comprimento de onda. Desta vez, pelo observatório espacial XMM-Newton. Segundo a agência, a sonda acompanhou o cometa por cerca de 20 horas em 3 de dezembro, quando ele estava entre 282 e 285 milhões de quilômetros de distância.

Visão em raios X do cometa interestelar 3I/ATLAS registrada pelo XMM-Newton. Um ponto vermelho brilhante marca o núcleo, cercado por gradientes de roxo e azul. A linha horizontal mostra a abertura do detector. A seta indica a direção do Sol e a escala de “5 minutos de arco” revela o tamanho aparente. Crédito: ESA/XMM-Newton/C. Lisse, S. Cabot e a Equipe XMM ISO

As observações foram feitas com a câmera EPIC-pn, o instrumento mais sensível do equipamento. Na imagem final, o azul representa regiões quase sem emissão de raios X, enquanto o vermelho destaca o brilho emitido pelo cometa. Esse tipo de radiação é esperado porque, ao se aproximar do Sol, o gás liberado pelo cometa interage com o vento solar e produz raios X.

Raios X podem medir gases “invisíveis” no cometa 3I/ATLAS

Essas emissões podem surgir do contato do vento solar com diferentes gases presentes no cometa, como vapor d’água, dióxido de carbono e monóxido de carbono – já identificados por telescópios como o James Webb e o SPHEREx, ambos da NASA. No entanto, os raios X são especialmente eficientes para detectar gases invisíveis a instrumentos ópticos e ultravioleta, como hidrogênio (H₂) e nitrogênio (N₂).

Imagem de raios X do cometa 3I/ATLAS mostra um brilho fraco que se espalha por cerca de 400 mil quilômetros em torno do objeto interestelar, revelando uma grande nuvem de gás ao seu redor. Crédito: JAXA

Isso faz das sondas de raios X uma ferramenta essencial para estudar objetos interestelares. Eles revelam detalhes que câmeras tradicionais, como as do Hubble ou da missão JUICE, não conseguem registrar com a mesma precisão.

A análise desses gases também pode ajudar a investigar hipóteses sobre outros visitantes interestelares. Alguns grupos de pesquisadores sugerem que 1I/‘Oumuamua, observado em 2017, poderia ser composto por um tipo incomum de gelo, como nitrogênio ou hidrogênio.

O Telescópio Espacial Hubble capturou esta imagem do cometa interestelar 3I/ATLAS em 21 de julho de 2025, quando o objeto estava a 445 milhões de quilômetros da Terra. Imagem: NASA, ESA, David Jewitt (UCLA); Processamento de imagem: Joseph DePasquale (STScI)

Com o 3I/ATLAS, os cientistas ganham uma nova chance de estudar um objeto vindo de outro sistema estelar. As observações em raios X se somam às demais medições e devem ajudar a identificar melhor sua composição.

Leia mais:

Imagens revelam “vulcões de gelo” no cometa interestelar

Pesquisadores descobriram que, à medida que o cometa interestelar 3I/ATLAS se aproximava do Sol, jatos de gelo e partículas de poeira começaram a emergir da superfície. Essas erupções, chamadas de criovulcões, oferecem pistas sobre a composição do estranho visitante cósmico.

Um estudo recente sugere que o 3I/ATLAS apresenta semelhanças com objetos transnetunianos – planetas anões e outros corpos gelados que orbitam o Sol além de Netuno. Se confirmado, isso mostra que mesmo vindo de outro sistema estelar, o cometa compartilha características com objetos do Sistema Solar. Saiba mais detalhes aqui.

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