Cometa histórico visível por 18 meses ofereceu experiência única

Neste mês, o céu vai receber a visita de dois cometas visíveis sem ajuda de equipamentos. No dia 21, o C/2025 A6 (Lemmon) fará sua maior aproximação da Terra, com magnitude prevista de 3,9. Esse valor indica que ele poderá ser observado a olho nu, surgindo como um ponto difuso que cruzará rapidamente o firmamento. Poucos dias antes, em 19 de outubro, será a vez do C/2025 R2 (SWAN)

Ambos devem permanecer no céu até meados de novembro, proporcionando algumas semanas de contemplação para quem quiser acompanhar seu movimento. Essa janela curta de visibilidade é comum para a maioria dos cometas. 

Cometa C/2025 A6 (Lemmon) observado a partir de Ludington, Michigan, EUA, em 7 de setembro de 2025. Crédito: Mark Wloch via Spaceweather.com

Eles geralmente se destacam apenas durante a aproximação máxima do Sol, chamada periélio, ou quando passam mais perto da Terra (perigeu). Muitos só são detectáveis com equipamentos, mesmo em seu auge. Permanecer visível por mais de um mês já é considerado um evento raro.

Cometa SWAN R2 fotografado em 14 de setembro de 2025, três vezes mais brilhante do que quando foi descoberto. Crédito: Gerald Rhemann e Michael Jäger / Reprodução X

“O Grande Cometa” iluminou os céus entre 1996 e 1997

Um caso histórico é o do cometa Hale-Bopp, que brilhou entre 1996 e 1997 e entrou para a história como “o grande cometa”. Ele pôde ser visto a olho nu por cerca de 18 meses, um período excepcional desde que esse tipo de objeto passou a ser monitorado. Sua passagem chamou atenção do mundo inteiro e marcou gerações de observadores do céu.

A descoberta aconteceu em julho de 1995. Alan Hale, astrônomo profissional do Novo México, nos EUA, notou um objeto estranho próximo ao aglomerado estelar Messier 70, na constelação de Sagitário. Ao conferir catálogos e bancos de dados, não encontrou registros que explicassem a presença do corpo celeste. Horas depois, já suspeitava se tratar de um novo cometa.

Na mesma noite, Thomas Bopp, astrônomo amador no Arizona, observou o mesmo objeto pelo telescópio de um amigo. Sem referência em mapas estelares, enviou um telegrama ao centro de descobertas astronômicas de Harvard. Por isso, o cometa recebeu o nome Hale-Bopp, homenageando os dois observadores que o encontraram simultaneamente.

O cometa Hale-Bopp, que passou pelos céus da Terra entre 1996 e 1997, foi o que ficou mais tempo visível em toda a história de observação desses objetos. Crédito: ESO/E. Slawik

Com cerca de 60 km de diâmetro, ele era cinco vezes maior que o asteroide ligado à extinção dos dinossauros, tamanho que ajudou a manter sua luminosidade por tanto tempo. O cometa atingiu o periélio (maior aproximação com o Sol) em 1º de abril de 1997 e, segundo a NASA, só voltará a ser visto em 4380, o que torna aqueles 569 dias de observação uma oportunidade única na vida de qualquer pessoa.

Antes do Hale-Bopp, o recorde de visibilidade pertencia ao cometa Flaugergues, que permaneceu visível por cerca de 260 dias em 1811. 

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Tudo sobre cometas

Cometas não são estrelas, como muitos podem pensar. Na verdade, são corpos formados por gases congelados, rochas e poeira, remanescentes da formação do Sistema Solar há cerca de 4,6 bilhões de anos. Eles orbitam o Sol em trajetórias altamente elípticas que podem levar centenas de milhares de anos para se completarem.

E é baseado no tempo em que os cometas levam para concluir essa órbita que eles são classificados. Os de curto período levam menos de 200 anos, enquanto os de longo período demoram mais de 200 anos. Há também os cometas de aparição única, que não estão gravitacionalmente ligados ao Sol e seguem trajetórias que os levam para fora do sistema solar. Saiba mais detalhes aqui.

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