Como a parceria entre OpenAI e Microsoft entrou em crise e pode terminar em processo

O relacionamento entre Microsoft e OpenAI, que estão juntas no campo da inteligência artificial (IA) há alguns anos, atingiu um momento de turbulência que pode se transformar em rompimento definitivo. A informação é do The Wall Street Journal e envolve discordâncias de ambas as partes sobre termos de um contrato.

De acordo com a reportagem, a dona do ChatGPT quer reduzir a participação da Microsoft em seu controle e a fatia da parceira nos eventuais lucros apresentados. Ao mesmo tempo, ela deseja ter maior liberdade para agir de forma independente e flexibilizar certos acordos já assinados.

Por outro lado, a Microsoft quer justamente o oposto: além de não estar interessada em perder a aliança, a companhia pretende ampliar a participação na OpenAI para aumentar a possibilidade de colher frutos financeiros no futuro, na tentativa de evitar que ela se aproxime de concorrentes.

Se um ponto de equilíbrio não for atingido, a OpenAI cogita até mesmo uma chamada “opção nuclear”: acionar a Microsoft judicialmente, acusando a companhia de comportamentos anticompetitivos de mercado durante a parceria, e tentar forçar na Justiça uma revisão contratual.

Os pontos de discórdia

Segundo o The Wall Street Journal, o atual incêndio na relação entre as companhias foi causado por pequenas discussões que se acumularam ao longo dos últimos meses — até atingir um ponto em que uma análise mais séria seja inevitável.

Em um comunicado enviado para a Reuters, as companhias alegam que “conversas estão em andamento” e que ambas “estão otimistas que continuarão construindo juntas nos anos que estão por vir”.

A relação entre Microsoft e OpenAI

  • A aliança entre Microsoft e OpenAI nasce em 2019, quando a empresa dona do Windows investiu US$ 1 bilhão para apoiar o desenvolvimento da então startup de IA, que ainda estava focada no desenvolvimento e treinamento de modelos de linguagem;
  • Três anos depois, a participação aumentou e a Microsoft chegou a destinar US$ 13 bilhões para a empresa, que já era responsável pelo fenômeno ChatGPT. No fim de 2023, uma investigação de órgãos reguladores de mercado chegou a ser iniciada, porque a parceria poderia se configurar até como uma fusão;
  • Satya Nadella, CEO da Microsoft, e Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI, passaram a dividir palcos de conferências e reforçar a relação amistosa entre as marcas
  • A participação cada vez maior da Microsoft e a busca por mudar a própria estrutura para gerar algum lucro foram os tópicos que fizeram Elon Musk sair da OpenAI, que ele ajudou a fundar, e até iniciar processos contra a companhia por supostas ilegalidades;
Altman e Nadella no anúncio de novas parcerias entre as marcas. (Imagem: GettyImages)
  • A partir deste ponto, os modelos GPT da OpenAI passaram a ser integrados em ferramentas da Microsoft, como o buscador Bing, o GitHub e o Microsoft 365. Tempos depois, o chatbot foi renomeado para Copilot;
  • No começo de 2025, a Microsoft começou a ter a participação diluída na OpenAI com uma nova rodada de captação de investimentos. A japonesa SoftBank passou a ser outro nome de peso com uma grande fatia da empresa.

Você conhece a história completa da OpenAI e do ChatGPT, que é a sua criação mais famosa? Confira a trajetória dela neste vídeo do TecMundo!

Related posts

Steam libera jogo de graça por tempo limitado! Resgate agora (10)

Google Maps ganha recurso para combater extorsão por avaliações falsas

Como montar o setup perfeito com os produtos da Acer Store