O site dos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos publicou mais de 6.000 documentos relacionados ao assassinato do reverendo Dr. Martin Luther King Jr., em 1968. Você pode acessá-los aqui.
Segundo o The New York Times, a publicação foi feita sem aviso prévio, em meio às tentativas do governo Trump de desviar a atenção da pressão da extrema-direita pela liberação de arquivos relacionados à morte de Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico e exploração sexual. Ele se suicidou em 2019.

(Imagem: Shutterstock AI/Shutterstock)
Autoridades do governo Trump disseram que os documentos sobre o assassinato de King incluem quase 250 mil páginas, com:
- Anotações sobre pistas investigadas.
- Entrevistas com pessoas que conheciam o assassino James Earl Ray.
- Detalhes inéditos de interações com serviços de inteligência estrangeiros durante a caçada a Ray.
- Um arquivo de áudio divulgado inclui parte de uma entrevista policial com Jerry Ray, irmão de James Earl Ray.
- Relatos variados sobre a investigação e a perseguição, incluindo.
- Centenas de recortes de jornais.
Apesar da divulgação, vários historiadores especializados na vida de Martin Luther King, inclusive David Garrow, um dos seus principais biógrafos, disseram que encontraram poucas revelações inéditas sobre a morte do líder dos direitos civis nos documentos. Muitas páginas estão quase ilegíveis devido ao tempo e ao processo de digitalização.
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O que continua sob sigilo
O acervo não inclui gravações de escutas telefônicas feitas pelo FBI de Martin Luther King, nem outros materiais que permanecem sob sigilo judicial até 2027.
As escutas telefônicas e outras formas de vigilância do FBI faziam parte de um esforço para descobrir material comprometedor sobre King, que a agência esperava usar para sabotar o movimento dos direitos civis.

(Imagem: Polonio Video/Shutterstock)
As fitas e transcrições dessa vigilância continuam sob sigilo, embora resumos e outros materiais relacionados já tenham sido divulgados. No mês passado, um juiz federal negou o pedido do Departamento de Justiça para liberar os registros dois anos antes do previsto.
O que diz a família
Membros da família e especialistas questionaram a veracidade de algumas informações, principalmente no que diz respeito às alegações mais provocativas sobre sua vida amorosa. Martin Luther King teria um histórico relacionamentos extraconjugais.
Segundo a família, esses detalhes podem refletir mais os esforços oficiais para prejudicar a reputação do líder dos direitos civis do que a realidade. A família se pronunciou e pediu cautela ao ler os documentos, solicitando que se considerem as contribuições de seu pai para a sociedade americana.

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Filhos de King, Martin III e Bernice, afirmaram em comunicado que seu pai foi “alvo implacável de uma campanha invasiva, predatória e profundamente perturbadora de desinformação e vigilância. Pedimos que aqueles que acessarem esses arquivos o façam com empatia, moderação e respeito pela dor contínua de nossa família”, disseram.
Autoridades do governo Trump entraram em contato com a família de King, mas não está claro se os parentes tiveram o direito de solicitar redações nos materiais divulgados. Em comunicado anunciando a publicação dos documentos, o governo citou uma sobrinha de King e apoiadora de Trump, que elogiou a transparência:
A desclassificação e divulgação desses documentos são um passo histórico rumo à verdade que o povo americano merece.
Alveda King
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