Como estão Hiroshima e Nagasaki 80 anos depois das bombas atômicas dos EUA?

Moradores de várias cidades japonesas fizeram um minuto de silêncio na manhã de quarta-feira (06) em homenagem às vítimas da bomba atômica de Hiroshima, tragédia ocorrida há 80 anos. Na ocasião, cerca de 140 mil pessoas morreram em decorrência do calor e da radiação da explosão, que devastou a região.

Um segundo artefato nuclear foi lançado pelos Estados Unidos três dias depois em Nagasaki, resultando novamente em uma grande destruição e aproximadamente 80 mil mortes. Ainda naquele mês, o Japão anunciou sua rendição, confirmada no dia 2 de setembro de 1945, quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim.

Hiroshima destruída após a explosão da bomba atômica em 1945. (Imagem: Getty Images)

Como ficou e como está Hiroshima atualmente?

Depois de um ultimato ao Japão, exigindo a rendição do país asiático, o então presidente americano, Harry Truman, disse que a nação inimiga enfrentaria “destruição total” em caso de negativa. No dia 6 de agosto de 1945, ele ordenou o disparo da bomba “Little Boy”.

  • Às 8h15, o artefato de urânio-235 explodiu a 600 m acima do solo, gerando uma força equivalente a 15.000 toneladas de TNT;
  • Imediatamente, uma onda de calor de 4.000ºC se espalhou por um raio de aproximadamente 4,5 km;
  • A temperatura altíssima matou dezenas de milhares de pessoas rapidamente, marcando as sombras de algumas das vítimas em paredes e calçadas que podem ser vistas até hoje, como efeito do calor e da luz radiante;
  • Cerca de 60 mil edifícios foram danificados ou totalmente destruídos, o equivalente a dois terços da cidade.

Algumas dias depois da detonação, o município foi atingido por um tufão que causou mais destruição e mortes. A reconstrução começou por volta de 1949 com o auxílio do governo nacional, incluindo a criação de monumentos como o Parque Memorial da Paz, que fica em torno do marco zero, onde a bomba foi detonada.

Passados 80 anos da bomba atômica, Hiroshima é hoje uma cidade com 1,1 milhão de habitantes ligada a Tóquio e outras regiões do país por meio de uma rede de trem-bala de alta velocidade. Ela é sede de grandes empresas, como a Mazda, e possui várias atrações gastronômicas.

Algumas construções que sobreviveram à explosão ainda são vistas em Hiroshima. (Imagem: Getty Images)

E Nagasaki?

Sem a rendição japonesa, mesmo com toda a destruição em Hiroshima, os EUA decidiram realizar um novo ataque, usando a bomba “Fat Man” com carga de 6 kg de plutônio-239. A operação ocorreu no dia 9 de agosto, tendo Nagasaki como alvo.

  • O artefato nuclear explodiu às 11h02, a 500 m acima do solo, gerando força equivalente à detonação de 21.000 toneladas de TNT;
  • A explosão varreu uma área de 7,7 km², destruindo aproximadamente 40% de Nagasaki;
  • Regiões a menos de 500 m do marco zero foram totalmente devastadas;
  • Embora a explosão tenha sido mais forte que a ocorrida três dias antes, as montanhas ao redor da cidade limitaram a área destruída;
  • Em áreas até 4,5 km da detonação, cerca de 50% dos sobreviventes morreram pela exposição à radiação.

A segunda cidade japonesa destruída pela bomba atômica também enfrentou dificuldades nos anos seguintes, com pessoas desenvolvendo câncer e outras doenças, além de traumas psicológicos. Sua reconstrução foi igualmente iniciada em 1949, incluindo a criação de praças e monumentos em homenagem às vítimas.

Nagasaki tem hoje 425 mil habitantes e continua com uma intensa atividade portuária, com várias empresas do ramo de construção naval atuando na cidade.

A cidade de Nagasaki também foi totalmente reconstruída após a tragédia nuclear. (Imagem: Getty Images)

Apelo para o fim das armas nucleares

Recentemente, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha divulgou um apelo pedindo o fim das armas nucleares, alertando para os riscos que elas representam. No documento, a entidade questiona se a humanidade tem feito algo para evitar que uma tragédia semelhante à que atingiu Hiroshima e Nagasaki ocorra novamente.

“Até hoje, os sobreviventes — Hibakusha — continuam a suportar o custo físico e emocional dessas armas. Eles ainda estão sendo tratados por hospitais da Cruz Vermelha Japonesa por doenças induzidas por radiação. Este fato ressalta as consequências duradouras da guerra nuclear”, lembrou a entidade.

A Cruz Vermelha também ressaltou que existem armas muito mais poderosas do que as detonadas há 80 anos e pediu a adoção imediata de medidas de redução de risco para evitar o uso deliberado ou acidental dos artefatos nucleares. O texto completo está disponível no site da entidade.

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