O governo dos Estados Unidos trava uma verdadeira guerra comercial contra a China. A Casa Branca proíbe exportações de tecnologias consideradas estratégicas e que possam ser utilizadas pelos chineses para desbancar os norte-americanos na corrida pela hegemonia global.
Neste cenário, os chips semicondutores da Nvidia foram incluídos na lista de restrições, causando prejuízos para a empresa. Depois de muita pressão, as vendas dos GPUs H20 foram liberadas pelo presidente Donald Trump.
Nvidia defendia publicamente a liberação das vendas
- A retomada das vendas foi anunciada dias antes de uma viagem do CEO da Nvidia, Jensen Huang, para a China;
- Recentemente, o empresário se reuniu com Trump e foi advertido a não se encontrar com representantes de empresas ligadas aos órgãos militares ou de inteligência de Pequim;
- Huang já se manifestou publicamente contra os controles de exportação dos EUA;
- Segundo ele, a proibição das vendas é prejudicial até mesmo para os interesses dos Estados Unidos, uma vez que incentiva a indústria doméstica de outros países, em especial da própria China;
- Neste sentido, a Nvidia vinha tentando se equilibrar entre as duas principais potências globais;
- De um lado, garantindo que vai realizar novos investimentos em território norte-americano;
- E de outro, tentando manter sua participação no mercado chinês;
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O que fez os EUA mudarem de ideia?
De acordo com reportagem do New York Times, o CEO da fabricante de chips precisou de meses para convencer a Casa Branca a mudar de postura. A proibição das vendas para a China foi anunciada em abril deste ano. Desde então, Huang tentou argumentar com representantes do governo dos EUA que a medida era “um tiro no pé”.
Foram várias reunião com Trump, mas nenhuma delas conseguiu convencer o republicano a reconsiderar a sua decisão. Ele cortejou aliados no governo que apoiaram discretamente os interesses comerciais globais, mas isso também não foi o bastante num primeiro momento.
O cenário começou a mudar quando Jensen Huang anunciou investimentos pesados dentro dos EUA. Em maio, ele viajou para o Oriente Médio com Trump e negociou um acordo para entregar centenas de milhares dos chips mais avançados da Nvidia para construir um dos maiores centros de data center do mundo nos Emirados Árabes Unidos.
O CEO da fabricante de chips deixou claro que, para vencer a corrida da IA, Trump deveria incentivar a compra de tecnologia dos EUA, em vez de criar uma razão para que outros países comprassem produtos chineses. Ele ainda alertou que os chips de Pequim não eram tão inferiores aos norte-americanos.
Finalmente, em nova reunião realizada na semana passada, o presidente dos EUA liberou a retomada das vendas para a China. Huang comentou: “É meu trabalho informar o presidente sobre o que sei muito bem, que é a indústria de tecnologia, inteligência artificial, os desenvolvimentos da IA em todo o mundo”.
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