Como os neurônios se formam no nosso cérebro?

Saber como os neurônios se formam no cérebro e seu funcionamento exige o entendimento de processos complexos e essenciais para o desenvolvimento e manutenção do sistema nervoso. Mas, vamos tentar explicar de uma forma mais simples.

Um ser humano possui, em média, 86 bilhões de neurônios no cérebro. Esse número pode variar ligeiramente entre indivíduos, mas é a estimativa mais aceita pela ciência atualmente. Para se formar essa rede complexa, o processo é fascinante e minucioso (haja neurônios para entender).

Mas, em primeiro lugar, o que são neurônios? São células especializadas do sistema nervoso responsáveis por transmitir informações através de sinais elétricos e químicos. Eles são as unidades básicas de processamento e comunicação no cérebro e no corpo. Resumidamente, os neurônios são essenciais para tudo o que fazemos, desde respirar até resolver problemas complexos.

A complexidade e a interconexão dos neurônios no cérebro humano permitem a realização de variadas tarefas e a experiência da consciência. Os neurônios, também conhecidos como células nervosas, são responsáveis por transmitir informações por todo o corpo, permitindo a comunicação entre o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos.

Quais são as estruturas de um neurônio?

Uma célula neuronal contém algumas estruturas:

  • Corpo celular (soma): contém o núcleo e outras organelas, sendo o centro metabólico do neurônio.
  • Dendritos: extensões ramificadas que recebem sinais de outros neurônios.
  • Axônio: uma fibra longa que transmite sinais para outros neurônios ou células-alvo.
  • Bainha de mielina: uma camada de gordura que isola o axônio, acelerando a transmissão dos impulsos nervosos.
  • Terminais axônicos (botões sinápticos): extremidades do axônio que liberam neurotransmissores para se comunicar com outros neurônios.

Na ilustração a seguir, você pode conferir cada uma dessas estruturas:

Ilustração mostra comunicação de neurônios com transmissão do sinal nervoso entre dois neurônios.
(Imagem: grayjay / Shutterstock)

Entre as funções dos neurônios estão o recebimento, processamento e transmissão de informações e a comunicação com outras células. Os neurônios recebem sinais de outros neurônios ou de células sensoriais. Daí integram os sinais recebidos e geram um potencial de ação.

O potencial de ação se propaga pelo axônio e chega aos terminais axônicos, onde os neurotransmissores são liberados. Os neurotransmissores se ligam a receptores em outros neurônios ou células-alvo, transmitindo a informação.

Imagine que o cérebro é como uma grande cidade em construção. Os neurônios são os tijolos dessa cidade, e a formação deles é como a chegada de novos trabalhadores para construir as casas e prédios.

O neurônio recebe, processa, transmite informações e faz a comunicação com outras células
(Imagem: Lakshmiraman Oza / Pixabay)

No início da “construção” (quando somos bebês na barriga da mãe), existem células chamadas “células-tronco neurais”, que são como os mestres de obras. Elas têm a capacidade de se transformar em diferentes tipos de neurônios.

Essas células começam a se multiplicar rapidamente, como se estivessem fazendo muitos tijolos para a construção. Os novos neurônios começam a se mover para seus lugares certos no cérebro, como se os trabalhadores estivessem indo para os locais onde as casas serão construídas.

Os neurônios começam a se conectar uns aos outros, formando redes de comunicação, como se as ruas e avenidas da cidade estivessem sendo construídas. Depois que nascemos, a “cidade” continua a se desenvolver, com ajustes e melhorias nas conexões entre os neurônios.

A cada nova experiência, os neurônios formam novas conexões, fortalecendo as redes de comunicação, como se novas ruas e avenidas fossem construídas para facilitar o trânsito na cidade.

Leia mais:

Como os neurônios se formam no nosso cérebro?

Agora, do ponto de vista mais científico, a formação de novos neurônios, chamada de neurogênese, ocorre principalmente durante o desenvolvimento embrionário, mas também pode acontecer em certas áreas do cérebro adulto, como o hipocampo.

Durante o desenvolvimento embrionário, as células-tronco neurais se diferenciam em neurônios e outras células do sistema nervoso, como astrócitos e oligodendrócitos. Esse processo é regulado por genes e fatores de crescimento que orientam a migração, diferenciação e conexão dos neurônios.

Após a formação, os neurônios migram para suas posições finais no cérebro, guiados por sinais químicos. Eles se diferenciam em tipos específicos de neurônios, cada um com funções distintas, como sensoriais, motores ou interneurônios.

Os neurônios desenvolvem dendritos e axônios, que são prolongamentos celulares que permitem a comunicação com outros neurônios. As sinapses, que são as conexões entre neurônios, são formadas quando os axônios de um neurônio entram em contato com os dendritos ou corpos celulares de outros neurônios.

E para que servem os neurônios?

Os neurônios desempenham algumas funções principais, como no processamento de informações (motoras e cognitivas), coordenação de movimentos vitais (como respiração e batimentos cardíacos) e na formação de memória e aprendizados.

Os neurônios se comunicam por sinais elétricos e sinais químicos. Eles transmitem impulsos elétricos ao longo de seus axônios, chamados de potenciais de ação. Nas sinapses, os neurônios liberam neurotransmissores (como dopamina, serotonina e glutamato) que se ligam a receptores em outros neurônios, transmitindo a informação.

Os neurônios também têm relação com hormônios, que podem modular a atividade neuronal, influenciando o humor, o comportamento e o metabolismo. Por exemplo, o cortisol (hormônio do estresse) pode afetar a função neuronal, enquanto a serotonina (um neurotransmissor e hormônio) regula o humor e a ansiedade.

Portanto, os neurônios são fundamentais para todas as funções cognitivas, emocionais e físicas, além de permitirem a adaptação ao ambiente, o aprendizado e a memória. Essa importância é tanta, que os neurônios afetam o corpo de várias maneiras, como:

  • Controle de movimentos voluntários e involuntários.
  • Processamento de informações sensoriais (visão, audição, tato, etc.).
  • Regulação de funções autônomas, como respiração e digestão.
  • Influência das emoções, pensamentos e comportamentos.

O que acontece quando os neurônios morrem?

A morte neuronal pode ocorrer por morte celular programada (apoptose), necrose, envelhecimento e doenças neurodegenerativas. Substâncias tóxicas (álcool, drogas, metais pesados, pesticidas), hábitos prejudiciais (estresse crônico, falta de sono, má alimentação) e doenças (Alzheimer, Parkinson, ELA, AVC, epilepsia, infecções) podem causar a morte dos neurônios.

Quando os neurônios morrem, as consequências podem ser motoras (dificuldade de movimentação, rigidez muscular ou paralisia), cognitivas (perda de memória, dificuldade de raciocínio e demência), emocionais (alterações de humor, depressão e ansiedade) e sensoriais (perda de visão, audição ou tato).

O exame de ressonância magnética do cérebro que pode detectar doenças
(Imagem: Radiological imaging / Shutterstock)

A regeneração neuronal é limitada, sendo crucial adotar hábitos saudáveis como dieta rica em antioxidantes, exercícios físicos regulares, sono adequado, evitar toxinas, controlar doenças e estimular a mente para proteger os neurônios.

As doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, são caracterizadas pela perda progressiva de neurônios, levando a déficits cognitivos, motores e comportamentais. Distúrbios psiquiátricos, epilepsia, lesões cerebrais, doenças desmielinizantes, como a esclerose múltipla, tumores cerebrais, infecções do sistema nervoso, doenças neuromusculares, transtornos do espectro autista e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade também estão relacionados a alterações no funcionamento dos neurônios ou à morte dessas células.

Quanto tempo vive um neurônio?

Os neurônios podem viver por décadas ou até a vida toda, desde que não sejam afetados por doenças, lesões ou fatores externos. Em condições normais, muitos neurônios formados durante o desenvolvimento embrionário persistem até a idade adulta e envelhecimento. No entanto, sua funcionalidade pode diminuir com o tempo devido ao envelhecimento ou danos acumulados.

Por que há neurônios no intestino?

Há neurônios no intestino porque ele possui o sistema nervoso entérico (SNE), uma rede complexa de neurônios que regula funções digestivas, como motilidade intestinal, secreção de enzimas e fluxo sanguíneo. Esse sistema funciona de forma semi-autônoma, mas se comunica com o cérebro através do eixo cérebro-intestino, influenciando processos como digestão, humor e respostas ao estresse.

O post Como os neurônios se formam no nosso cérebro? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Related posts

Vaso sanitário com descarga de 1.300 anos é desenterrado na Coreia do Sul

Ofertas do dia: notebook, smartwatch, smartphone e mais em promoção! Confira e aproveite!

Primeiro minerador de asteroides está pronto para ser lançado