Como paleontólogos descobrem e desenterram fósseis?

Volta e meia ouvimos falar que foram descobertos fósseis de dinossauros, hominídeos ou de outro animal já extinto. Mas, como paleontólogos encontram esses restos ou vestígios na natureza? A resposta envolve habilidade, tecnologia e, por que não, sorte?

Leia também:

Dinossauro “mumificado” com pele conservada é encontrado no CanadáFóssil de criatura que parece uma “língua com dentes” é encontrado bem preservado; confiraMaior fóssil de dinossauro já visto na Europa pode ter sido encontrado em Portugal

A primeira ferramenta das três que vamos abordar neste texto é a habilidade. Para efeito didático, gostaríamos que você pensasse nela sendo composta de duas partes: uma teórica e uma prática.

Ou seja, por um lado, temos a formação convencional do intelecto. No caso específico da Paleontologia – que, no Brasil, está acessível apenas pela pós-graduação em áreas relacionadas -, os seus profissionais estão preocupados em desvendar a história da vida na (e da) Terra. Por isso, sua formação inclui especialmente estudar disciplinas ligadas à Biologia e Geologia, já que seu principal objeto de interesse são os fósseis.

A teoria ajuda o pesquisador a conhecer o que procurar e onde. Imagem: Elnur / Shutterstock

A teoria proporciona a estrutura, mas é colocando-a na prática que vemos o pesquisador trabalhar com criatividade, curiosidade e crítica. Afinal, ser flexível e desenvolver um olhar crítico sobre o mundo – e inclusive sobre nossos conhecimentos – nos leva à descoberta e também faz a Ciência avançar.

Tecnologia: aliada para encontrar fósseis

O pesquisador pode começar sua busca com um mapa geológico para ajudá-lo a encontrar essa rocha sedimentar para estabelecer o sítio paleontológico. Então, pode recorrer a imagens aéreas de aviões e de satélites para achar onde há um pedaço exposto dessa rocha. Essas técnicas de exploração economizam tempo e dinheiro.

Como vimos, o paleontólogo já vai a campo sabendo o que procurar e onde. Especificamente, ele busca por locais com um tipo específico de rochas (chamadas sedimentares) e, para encontrá-las, ele conta não apenas com relatos de pessoas e suas próprias andanças, mas também com mapas e tecnologia.

Formação Curtis em Utah, nos Estados Unidos, é um exemplo de rocha sedimentar do período jurássico que está exposta. Imagem: corlaffra / Shutterstock

Ainda que não exista uma rocha exposta, há também a possibilidade de se fazer uma escavação exploratória em locais com evidência desse material. Ao encontrar essa rocha, o pesquisador começará um processo de investigação para verificar se há (ou não) fóssil para ser retirado.

Uma vez que o fóssil é encontrado, inicia-se a próxima etapa: a coleta. Ao contrário do que a gente geralmente pensa, os paleontólogos não fazem toda a análise em campo. Pelo contrário, eles vão separar um pedaço dessa rocha para levá-la ao laboratório.

Para fazer isso, os profissionais criam uma margem de segurança e realizam a escavação do bloco de rocha. É aqui que eles se armam de furadores, martelos, cinzéis e outras ferramentas para desenterrar o fóssil. Assim que o material está semiexposto, é hora de proteger o bloco de rocha com um envoltório de gesso para transportá-lo.

Pesquisadores escavam um bloco de rocha com fóssil para transportá-la até o laboratório. Imagem: Rafael Happke / CAPPA (UFSM)

Como explicamos, é no laboratório que os pesquisadores vão efetivamente separar o fóssil da rocha. Inicialmente, eles começam pela parte superior e avançam de forma lenta e cuidadosa. A ideia é recolher o fóssil e não destruí-lo no processo. Para isso, eles aplicam uma resina sobre o fóssil, que entra no material e endurece-o, evitando sua quebra.

Sorte faz parte

O terceiro componente para encontrar um fóssil é a sorte. Em 2021, por exemplo, fósseis de dinossauros foram descobertos durante uma escavação de uma galeria de águas pluviais em São Paulo. No mesmo ano, mas em outra parte do Estado, foi a vez de encontrá-los na obra de uma rodovia. Se não fosse a intervenção humana na natureza, esses fósseis provavelmente não seriam encontrados.

Fonte: Revista Arco (UFSM) e Australian Museum.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

O post Como paleontólogos descobrem e desenterram fósseis? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Related posts

10 filmes sobre serial killers para assistir online no streaming

Impressora diferentona faz tricô 3D com fios comuns

Sofre com enxaqueca? Veja 8 fatores que podem estar por trás das crises