Conforme noticiado pelo Olhar Digital, desde segunda-feira (24), um fenômeno especial pode ser observado no céu: a aparição de sete planetas ao mesmo tempo – que tem sido tratado pela mídia como “alinhamento planetário”.
Ao longo dos próximos dias, quatro planetas (Mercúrio, Vênus, Júpiter e Marte) estarão claramente visíveis a olho nu. Saturno será o alvo mais difícil de ver, já que ele estará muito perto do Sol. Urano e Netuno, por sua vez, devido à longa distância da Terra, só poderão ser vistos através de binóculos.
O evento está visível quase em todo o mundo entre esta e a próxima semana, logo após o pôr do Sol, sendo sexta-feira (28) a melhor data de visualização para a maior parte do globo. Mas, como observá-lo de onde você está? Primeiro, vamos entender o que significa esse alinhamento dos planetas.
De acordo com Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, o termo “alinhamento” não é o mais adequado neste caso.
“Devido ao fato de todos os planetas compartilharem praticamente o mesmo plano orbital, eles sempre aparecem quase numa mesma linha do céu, a eclíptica. Por isso, usamos alinhamento quando dois ou mais astros estão alinhados com a Terra no espaço, o que só acontece quando estão aproximadamente na mesma direção”, explica Zurita. “Um termo que fica melhor aplicado é ‘desfile de planetas’, e o que merece destaque desta vez é que a diferença angular entre o primeiro e o último da ‘fila’ será a menor em milênios”.
O guia de observação astronômica Starwalk Space explica claramente a diferença entre as designações:
- Alinhamento planetário é um termo astronômico usado para descrever o evento em que vários planetas se reúnem, aparentemente próximos, em um lado do Sol ao mesmo tempo.
- Desfile planetário é um termo coloquial que significa, no sentido mais amplo, que vários planetas estão presentes no céu em uma noite.
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Saiba como observar o alinhamento dos planetas de qualquer lugar do mundo
Zurita explica como identificar os planetas no céu. “Assim que começar a escurecer, a gente vai localizar primeiramente o planeta Vênus, que é o mais brilhante do céu. Ele vai estar mais na direção oeste, e acima vai estar o planeta Júpiter, o segundo mais brilhante que a gente vai ver durante a noite. Se a gente fizer uma linha no céu ligando Vênus e Júpiter, Marte vai estar no prolongamento, um pouco depois de Júpiter, e é o objeto mais avermelhado que nós vamos ver encontrar no céu. E entre Vênus e Júpiter, estará Urano, que não pode ser visto a olho nu. Mais abaixo, seguindo mais ou menos essa mesma linha, a gente vai ter a Lua crescente, Netuno, que pode ser visto apenas através de binóculos, Mercúrio e Saturno um pouco ao lado da Lua”. Segundo o consultor, o planeta dos anéis será o mais difícil de se ver, já que estará imerso no brilho do crepúsculo.
Ele ressalta que essa descrição serve para os observadores de qualquer parte do globo. “A única diferença é a disposição dessa linha imaginária – a eclíptica. No hemisfério sul, ela aparece mais ao norte, enquanto para os observadores do hemisfério norte, a eclíptica vai estar mais deslocada na direção sul”.
Para saber exatamente onde procurar cada um dos planetas, Zurita recomenda o uso de um software ou outra ferramenta de observação astronômica. Um aplicativo muito interessante para esse fim é o Stellarium, que tem um recurso que permite apontar o celular para o céu e visualizar detalhes da área em tela, como constelações, estrelas, planetas e outros objetos na mira.
Quanto ao melhor horário de observação, isso varia dependendo do fuso horário, da variação de longitude. “E a direção em que a gente vai olhar – se é mais para o nordeste, para o noroeste, para o sudoeste – varia em função da latitude do observador”. De modo geral, os primeiros minutos após o anoitecer são os momentos mais propícios.
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