Enquanto a inteligência artificial ainda é vista por muitos como uma ameaça aos empregos, uma startup brasileira aposta justamente no caminho oposto.
A Vetto AI utiliza a tecnologia como motor de geração de trabalho e renda, conectando profissionais qualificados a projetos globais de treinamento e avaliação de modelos de IA.
Cofundada por Ricardo Scarpari, a empresa nasceu a partir da observação de um movimento crescente nos Estados Unidos: grandes laboratórios de inteligência artificial passaram a depender cada vez mais da atuação humana para melhorar seus modelos.
Em entrevista ao Olhar Digital, Ricardo falou sobre a atuação da Vetto AI e o cenário atual da inteligência artificial, cada vez mais presente no mercado de trabalho no mundo todo.
“Cada vez que um modelo evolui, ele precisa de mais dados para continuar melhorando. E esses dados só podem ser adquiridos por meio da interação com profissionais”, explica Scarpari.
Conhecimento brasileiro vira conteúdo para IAs
- A Vetto AI atua como uma ponte entre esses laboratórios e talentos brasileiros, permitindo que profissionais de diferentes áreas contribuam com conhecimento especializado e sejam remunerados por isso.
- O modelo abrange desde estudantes universitários até mestres, doutores e especialistas em áreas como saúde, finanças, engenharia, entre outros.
- Segundo Ricardo, o Brasil possui um diferencial competitivo pouco explorado. “Temos talentos tão qualificados quanto os de fora, mas que ainda não estavam interagindo com inteligência artificial. Quando você oferece valores competitivos em dólar para um PhD brasileiro, por exemplo, você consegue atingir um nível de qualidade muito alto”, afirma.
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Vantagem financeira para quem contribui
Além de inserir profissionais brasileiros em uma cadeia global de desenvolvimento tecnológico, a proposta tem impacto direto na renda.
Há projetos que variam desde tarefas mais simples até demandas altamente técnicas, com remuneração que pode chegar a R$600 por hora, dependendo do nível de especialização exigido.
Scarpari cita casos em que professores universitários e pesquisadores conseguiram multiplicar significativamente seus ganhos mensais ao atuar como experts em projetos de IA.
IA como aliada, não como ameaça
Para o executivo, o medo de que a inteligência artificial substitua o trabalho humano parte de uma visão equivocada.
“Esse receio só faz sentido se a gente enxergar o mercado de trabalho como um jogo de soma zero. O que está acontecendo é o oposto: a IA está facilitando o crescimento das empresas e criando novas riquezas”, diz.
Outro ponto central da atuação da Vetto AI é a valorização do conhecimento humano como elemento indispensável para a evolução tecnológica.
“A inteligência artificial só avança por conta das pessoas. Quem diz se uma resposta está errada, perigosa ou enviesada são profissionais médicos, psicólogos, juristas, especialistas”, destaca Scarpari. “Nosso papel é organizar esse conhecimento e transformá-lo em dados de alta qualidade.”
A startup também defende que praticamente qualquer área do conhecimento pode contribuir. “Tudo aquilo em que a IA ainda erra é uma oportunidade. Não existe limitação de domínio. Se a inteligência artificial não manda bem naquele assunto, a gente quer atuar ali”, resume o cofundador.
Com planos de expansão e crescimento nos próximos anos, a Vetto AI se posiciona como um exemplo de como a inteligência artificial pode ser aliada do desenvolvimento econômico e da valorização profissional.
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