Consórcio de carro vale a pena? Entenda como ele funciona

O carro zero ainda existe nos sonhos dos brasileiros. No entanto, ao olhar para as taxas de juros do financiamento tradicional, o sonho muitas vezes esbarra em um pesadelo, principalmente para quem está começando. É nesse cenário que surge uma alternativa que divide opiniões, mas conquista compradores mais pacientes: o consórcio.

Diferente de um empréstimo comum, onde você pega o dinheiro e já sai dirigindo (pagando caro por essa pressa), o consórcio exige planejamento. Mas será que a economia gerada compensa a espera?

Para responder a essa pergunta, é preciso entender a mecânica por trás dessa modalidade de compra coletiva, que funciona como uma “poupança forçada” para quem não tem disciplina ou pressa de juntar o montante total sozinho.

O que é e para que serve o consórcio de um carro?

Mulher recebendo chaves do carro novo (Imagem: prostooleh/Freepik)

Em termos simples, o consórcio é uma reunião de pessoas físicas ou jurídicas, em grupo fechado, com a finalidade de formar uma poupança comum para a aquisição de bens. Imagine uma “vaquinha” organizada e profissional. Todos os meses, os integrantes pagam uma parcela e, mensalmente, alguns participantes são contemplados com o valor total (carta de crédito) para comprar o carro.

Para que isso funcione com segurança, o sistema é gerido por uma administradora de consórcios. É vital ressaltar que essas empresas devem ser autorizadas e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil. Sem esse aval, o risco de cair em golpes ou entrar em grupos irregulares é alto.

Existem basicamente duas formas de colocar as mãos no carro antes do fim do pagamento:

  1. Sorteio: a forma mais democrática, na qual todos têm a mesma chance a cada mês, geralmente baseada nos números da Loteria Federal.
  2. Lance: quem tem um dinheiro guardado pode ofertar um valor adiantado. Se for o maior lance do grupo naquele mês (seja em valor fixo ou percentual da carta), a pessoa leva o crédito e abate o valor das parcelas futuras.

Vale lembrar que, diferente do financiamento, não há cobrança de juros. Contudo, não se engane: existe a taxa de administração (o pagamento pelo serviço da empresa que organiza o grupo) e, muitas vezes, um fundo de reserva. Ainda assim, no cálculo final, o Custo Efetivo Total (CET) costuma ser bem inferior ao dos juros bancários.

Casal conversando com agente de concessionária (Imagem: Antoni Shkraba Studio/Pexels)

Consórcio de carro vale mesmo a pena?

A resposta curta é: depende da sua pressa. A resposta completa exige comparar o consórcio com o financiamento tradicional.

Se o seu carro atual quebrou e você precisa de um veículo para trabalhar amanhã, o consórcio não é para você. Nesse caso, o financiamento, apesar dos juros, resolve o problema imediato da mobilidade.

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Porém, para quem pode esperar, a matemática joga a favor do consórcio. Segundo dados de agosto de 2025 da ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), o sistema tem crescido justamente por ser uma ferramenta de planejamento financeiro a longo prazo.

Mulher comprando carro em concessionária (Imagem: senivipetro/Freepik)

Pontos para colocar na balança:

  • Planejamento financeiro: é ideal para quem tem dificuldade em guardar dinheiro sozinho. O boleto mensal cria a disciplina necessária.
  • Poder de compra à vista: quando você é contemplado, recebe uma carta de crédito. Isso lhe dá poder de negociação de compra à vista nas concessionárias ou lojas de seminovos, o que pode garantir bons descontos.
  • Reajustes das parcelas: atenção a este ponto. As parcelas sofrem reajustes anuais para garantir que todos comprem o bem. No caso de carros, o reajuste geralmente segue a tabela da montadora ou a Tabela Fipe (diferente de serviços, que usam índices de inflação como IPCA). Isso garante que sua carta de crédito compre o carro mesmo se ele encarecer, mas também aumenta sua parcela.

Quem é o público-alvo ideal?

O consórcio vale a pena para o consumidor planejador. Aquele que deseja trocar de carro daqui a dois, três ou cinco anos, ou para pais que querem começar a pagar o carro que o filho usará na faculdade. É um investimento na tranquilidade financeira, fugindo das taxas agressivas do mercado de crédito tradicional em troca de um pouco de paciência.

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