Consumo diário de ultraprocessados acende alerta para câncer de intestino

Uma nova pesquisa sugere que mulheres com menos de 50 anos que consomem grandes quantidades de alimentos ultraprocessados (AUPs) têm maior probabilidade de desenvolver pólipos intestinais que podem anteceder o câncer.

Esses produtos industrializados, geralmente ricos em gordura saturada, açúcar, sal e aditivos, têm baixa densidade nutricional e já foram associados a doenças cardíacas e mortalidade precoce.

Pesquisa mostra que dietas pobres em nutrientes e ricas em aditivos podem influenciar o aparecimento de adenomas (Imagem: New Africa/Shutterstock)

Risco 45% maior entre as maiores consumidoras

  • O estudo, publicado no JAMA Oncology, analisou dados de 29.105 participantes do Estudo de Saúde das Enfermeiras II, nos EUA.
  • Todas haviam preenchido questionários alimentares desde 1991 e realizado colonoscopias ao longo do período, sem histórico prévio de pólipos ou câncer.
  • Os pesquisadores identificaram 1.189 casos de adenomas convencionais de início precoce, um tipo comum de pólipo intestinal.
  • As mulheres que consumiam mais ultraprocessados — cerca de 9,9 porções por dia — apresentaram um risco 45% maior em comparação ao grupo que comia menos, mesmo após ajustes para fatores como IMC, atividade física e tabagismo.
  • Não foi encontrada associação entre o consumo de AUPs e outro tipo de pólipo, as lesões serrilhadas.

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Resultados reforçam necessidade de políticas que incentivem dietas mais saudáveis entre mulheres abaixo dos 50 anos (Imagem: mi_viri/Shutterstock)

Mecanismos ainda não estão totalmente claros

Os autores destacam limitações, como a dependência da memória alimentar e a dificuldade de classificar alimentos como ultraprocessados.

Ainda assim, apontam mecanismos plausíveis: esses produtos têm sido ligados a distúrbios metabólicos, inflamação crônica e alterações na microbiota intestinal, fatores que podem favorecer o surgimento de lesões precursoras do câncer.

O pesquisador Andrew Chan ressalta que os resultados não significam que consumir ultraprocessados levará inevitavelmente ao câncer, mas ajudam a explicar o aumento de casos intestinais em adultos jovens.

Especialistas afirmam que políticas públicas que facilitem o acesso a dietas mais saudáveis são essenciais para reduzir riscos futuros.

Nova evidência liga ultraprocessados a lesões intestinais pré-cancerígenas (Imagem: TY Lim/Shutterstock)

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