A Covid-19 pode acelerar o envelhecimento vascular, especialmente em mulheres. Esta é a conclusão de um estudo publicado no European Heart Journal. Segundo os pesquisadores, os efeitos independem da gravidade da infecção.
Em outras palavras, o trabalho revela que a doença pode deixar marcas no sistema cardiovascular dos pacientes. Isso mesmo após o desaparecimento de todos os sintomas e em casos considerados leves, que não exigem internação hospitalar.
Aumento dos riscos de doenças cardiovasculares
Segundo os pesquisadores, o trabalho mostrou que todos os participantes que foram infectados pelo vírus apresentaram maior rigidez nas grandes artérias em comparação com aqueles que não foram infectados. Isso pode aumentar o risco de desenvolver insuficiência cardíaca, infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e outras complicações cardiovasculares.
Este é o primeiro estudo a avaliar os efeitos de longo prazo da Covid-19 neste que é considerado um indicador do envelhecimento vascular. No total, 2.390 pessoas de várias regiões do mundo, inclusive no Brasil, foram avaliadas por meio de um exame não invasivo.
Os responsáveis pela pesquisa explicam que, com o envelhecimento, é comum que o tecido elástico das artérias seja substituído por um mais fibroso, tornando-as mais rígidas e dificultando a irrigação de órgãos vitais como o cérebro, coração e fígado. No entanto, a infecção parece acelerar este processo. As informações são da Agência FAPESP.
O estudo mostrou que pessoas que tiveram Covid-19 apresentam maior rigidez das grandes artérias, o que pode indicar envelhecimento vascular e comprometer o fluxo de sangue para o cérebro e outros órgãos. Esse efeito foi independente da gravidade da doença ou de fatores como hipertensão, embora estudos com outras populações demonstrem que a pressão alta contribua em parte para esse quadro.
Emmanuel Ciolac, professor da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Bauru
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Pessoas vacinadas apresentaram menor rigidez nas artérias
- O estudo também revelou que as mulheres são mais suscetíveis ao aumento da rigidez das artérias.
- A boa notícia é que essa condição tende a diminuir com o tempo, conforme observado entre os participantes do experimento após um ano da infecção.
- Isso ressalta a importância de programas de reabilitação envolvendo atividade física, por exemplo.
- Outra descoberta é que os participantes que tinham sido vacinados apresentaram uma menor rigidez em comparação com os não vacinados.
- Esta é mais uma evidência da eficácia dos imunizantes disponíveis contra a Covid-19.
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