Covid longa: 90% dos infectados ainda não estão com a saúde plena

Uma pesquisa realizada em conjunto pela APC Microbiome Ireland, centro de pesquisa SFI com sede na University College Cork (UCC), Cork University Hospital (CUH) e o Long Covid Advocacy Ireland identificou que grande parte das pessoas que tiveram covid ainda não voltaram ao seu nível normal de saúde antes da infecção

O estudo, publicado na HRB Open Research, avaliou 988 participantes que tiveram o tipo persistente da doença. Segundo os resultados, 90% deles não haviam voltado à saúde plena e dois a cada três continuavam sentindo fadiga, mal-estar após grandes esforços, palpitações, dores no peito, náuseas, dores de estômago, problemas de memória, dores musculares e nas articulações. Cada pessoa relatou ao menos 8 sintomas, mesmo após um ano da infecção inicial. 

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Além disso, quase quatro em cada 10 participantes foram diretamente afetados em suas atividades diárias, como o trabalho; seis em cada 10 perderam dias de trabalho (em algum momento) devido aos longos sintomas da covid. Durante a pesquisa, inclusive, 16% dos entrevistados estavam afastados do emprego. 

Imagem: Josie Elias/Shutterstock

Covid: impacto além dos pulmões 

“Esta pesquisa destaca que a infecção por Sars-CoV-2 não afeta apenas os pulmões, mas pode ter efeitos significativos a longo prazo em vários sistemas de órgãos após a eliminação da infecção aguda por Sars-CoV-2 em muitos irlandeses que eram saudáveis anteriormente. As razões pelas quais algumas pessoas desenvolvem covid longa e outras não, ainda não são claras. Embora muitos mecanismos biológicos diferentes tenham sido propostos, estamos nos concentrando no papel do sistema imunológico e do microbioma nesses processos complicados de doenças”, disse o professor de Imunologia da UCC e pesquisador principal da APC, Liam O’Mahony. 

O especialista acrescentou que boa parte dos entrevistados tiveram uma forma de covid leve a moderada, sem a necessidade de internação ou outras complicações. Contudo, sintomas gastrointestinais, neuropsiquiátricos ou musculoesqueléticos foram muito relatados, sendo a fadiga a campeã entre todos. 

Imagem: Jarun Ontakrai — Shutterstock

“O estudo demonstra os impactos significativos e abrangentes que o longo tempo com covid está causando, e não apenas na saúde física, mas também na capacidade de realizar atividades diárias habituais, retorno ao emprego e qualidade de vida geral. Outro aspecto interessante são os grupos de sintomas ‘multissistêmicos’ ou fenótipos que estão surgindo. Embora ainda haja muito a aprender sobre doenças pós-covid, há uma necessidade clara e convincente de serviços especializados interdisciplinares dedicados para tratar pacientes com covid de longa duração”, destacou a Dra. Corinna Sadlier, Consultora em Doenças Infecciosas do CUH. 

“A pesquisa [também] é urgentemente necessária para identificar os mecanismos subjacentes aos longos sintomas, bem como tratamentos eficazes para melhorar os resultados para esse grupo de pacientes.” 

Para Tanja Buwalda, representante da Advocacy Ireland, os dados servem ainda de alerta para o aumento recente de casos, já que com novos exames positivos, devemos esperar infecções ainda mais longas. “Achamos que enfrentar esse problema grande e contínuo requer uma abordagem colaborativa. Acreditamos que muito mais deve ser feito em termos de atendimento ao paciente, diagnóstico e tratamentos.”

Com informações do Medical Xpress

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