Um mês após a saída do principal executivo de inteligência artificial da Apple, Ruoming Pang, rumores surgiram sobre uma possível “crise de confiança” na empresa que pode ser maior do que a imprensa internacional especulava.
A big tech perdeu cerca de uma dúzia de seus funcionários de IA, segundo o Financial Times. E todos eles foram trabalhar para companhias rivais: Brandon McKinzie (OpenAI); Dian Ang Yap (OpenAI); Liutong Zhou (Cohere); Ruoming Pang (Meta); Mark Lee (Meta); Tom Gunter (Meta); Bowen Zhang (Meta); Shuang Ma (Meta); e Floris Weers (stealth startup).
Pang foi um dos líderes envolvidos no modelo de base da Apple e gerenciava uma equipe de 100 pessoas responsável por recursos como Genmoji, Notificações Prioritárias e resumo de texto no dispositivo. Sua saída para o Superintelligence Labs da Meta foi um “golpe” nos esforços da Apple para criar tecnologias competitivas.

Esse pode ter sido um dos motivos que levaram o CEO Tim Cook a reunir funcionários em um auditório na Califórnia na semana passada, quando afirmou que a revolução da IA é “tão grande quanto, ou até maior” quanto a internet, os smartphones, a computação em nuvem e os aplicativos”, informou a Bloomberg. “Isso é algo que podemos conquistar”, disse.
Luta por talentos
A situação tem sido acompanhada de perto pela empresa de recrutamento de IA Razoroo, que vê os profissionais do setor como “ativos estratégicos” — quase como “propriedades intelectuais” no Vale do Silício.
“Na verdade, há apenas mil, talvez duas mil pessoas no mundo que têm experiência real em modelos fundamentais e no que é preciso para desenvolver e implementar modelos fundamentais”, disse Aaron Sines, diretor da empresa, ao Financial Times.

“A saída de Ruoming Pang é algo enorme: envia um sinal de crise de confiança em relação ao que está por vir”, completa. “Muitas das empresas que temos como clientes estão dizendo: ‘Ei, olha a Apple: é temporada de caça’.”
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Hey, Siri
A perda de talentos ocorre em meio aos planos da Apple de integrar grandes modelos de linguagem (LLMs) a uma versão atualizada da Siri, tornando a assistente virtual em um chatbot, como prometido pela empresa na WWWDC do ano passado.

Uma arquitetura de software completamente nova estaria em desenvolvimento em um escritório da Apple em Zurique, na Suíça, de acordo com o site MacRumors. A ideia é tornar a Siri mais conversacional, aprimorando a capacidade de sintetizar informações.
A nova abordagem foi construída inteiramente em um mecanismo LLM (modelo monolítico), e vai substituir o atual sistema fragmentado da Siri, já que os recursos foram sendo adicionados ao longo do tempo.
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