Na metade dos anos 90, quando não existia streaming e quase tudo na televisão a cabo ainda era mato, um dos canais mais famosos da época lançou um slogan que marcou a indústria: “Não é TV, é HBO”. A frase ganhou notoriedade por causa do alto nível de qualidade e experimentação das produções da emissora, que deu vida para obras como Sopranos, The Wire e True Detective.
No entanto, com a “banalização” da TV causada pelo streaming, um pouco dessa magia acabou se perdendo. Enquanto antes a HBO era conhecida como referência de qualidade, é notável que algumas produções com o selo da companhia não atingiram o brilho esperado — incluindo fracassos retumbantes domo The Idol.
Felizmente, o próximo grande lançamento da companhia me fez lembrar dos tempos áureos do canal. Com estreia marcada para o dia 7 de setembro, Task: Unidade Especial claramente não é uma minissérie qualquer do streaming: é HBO.
Task traz grande produção com sentimento de série clássica para TV
Desde que teve seu primeiro trailer anunciado, a série Task entrou no radar de muita gente por causa do seu “feeling” de superprodução, mas mantendo a fórmula clássica de televisão. E as expectativas têm nome:
- Task é criada e escrita por Brad Ingelsby, responsável por Mare of Easttown, uma das produções mais renomadas da HBO nos últimos anos.
- O elenco da produção inclui Mark Ruffalo, uma das maiores estrelas da Marvel, e Tom Pelphrey, indicado ao Emmy e conhecido pelo seu trabalho de qualidade em séries como Ozark.
Com duas estrelas desse calibre e um nome conhecido por trás das câmeras, a série já garantiu a minha curiosidade logo de cara. No entanto, após assistir a todos os episódios liberados antecipadamente pela HBO, posso cravar que Task trata-se de uma das produções originais mais interessantes do canal dos últimos anos — e eu, Mateus Mognon, te explico melhor a seguir, sem spoilers.
Qual a história de Task e por que a série merece sua atenção?
A história de Task acompanha um ex-padre que trabalha como agente do FBI (Rufallo) investigando uma série de assaltos residenciais liderados por um pai de família (Pelphrey). A premissa inicial já é bem interessante, com o trailer entregando que a produção conta com um clima que vai agradar os fãs de True Detective e Mare of Easttown.
No entanto, a grande magia de Task é se aproveitar do seu formato televisivo. Enquanto muitas produções ganham todos os episódios numa paulada para serem maratonados e esquecidos rapidamente, a série de Brad Ingelsby cresce a cada novo capítulo.
A grande magia de Task é se aproveitar do seu formato televisivo: a série de Brad Ingelsby cresce a cada novo capítulo.
Enquanto o episódio piloto estabelece o conflito principal de maneira magistral, a cada capítulo vamos conhecendo melhor o universo da minissérie e seus personagens. A produção se destaca pelo desenvolvimento narrativo de cada personagem, com surpresas do início ao fim, mantendo o espectador engajado.
O único deslize é que alguns rostos acabam ficando esquecidos pelo caminho e não ganham tanta atenção, com o espectador podendo até esquecer da existência de certas pessoas. No entanto, mesmo com esse detalhe, o foco nos personagens certos acaba garantindo que a série entregue um resultado memorável do início ao fim.
O equilíbrio entre investigação, ação e família
Além de ser uma produção de TV de qualidade, Task também se destaca por aproveitar muito bem sua ambientação, personagens e elenco talentoso. A produção conta com diferentes núcleos de personagens, culminando em grandes momentos de revelação e reviravoltas — mesmo com alguns nomes ganhando menos atenção que outros.
Mark Ruffalo entrega uma atuação contida, mas cheia de sentimentos, que é o alicerce que movimenta grande parte da série. O agente Tom, interpretado pelo astro da Marvel, precisa lidar com um grande conflito familiar, ao mesmo tempo que é designado para uma força-tarefa repleta de policiais duvidosos, interpretados por nomes como Fabien Frankel (House of the Dragon) e Alison Oliver (Saltburn).
Já Tom Pelphrey é encabeça seu núcleo familiar, que inclui um elenco mirim e a talentosa Emilia Jones, do filme CODA, que rouba a cena como Maeve. O personagem também lida com uma gangue de motoqueiros repleta de nomes talentosos, como Jamie McShane como o perigoso Perry e Sam Keeley dando vida para Jayson.
A mistura de uma investigação do FBI, assaltos e família garante um ótimo equilíbrio para a minissérie. Com tantas coisas acontecendo, cada episódio parece um filme, trazendo ação, tensão e drama na medida certa.
Além do roteiro engajante no nível clássico da HBO, a minissérie também se destaca pela produção. Seja pela trilha sonora envolvente, belas cenas contemplativas ou sequências de ação, Task não deixa a desejar na qualidade.
Vale a pena assistir?
Após ver os sete capítulos de Task em sequência para fazer a cobertura aqui no TecMundo, tudo que posso dizer é que não vejo a hora de reassistir toda a série, com qualidade máxima, com os lançamentos semanais a partir de 7 de setembro.
Depois de alguns tropeços e produções que claramente servem para preencher tabelas do mercado atual, como sequências e adaptações, Task é um grande respiro vindo da HBO. A produção mostra que ainda existe muito espaço para séries originais e com temáticas clássicas, aproveitando a criação de expectativas do formato televisivo.
Confesso que comecei a assistir Task esperando mais uma série policial, sem muita pretensão. No entanto, depois de ver todo o trabalho feito por Brad Ingelsby e sua equipe, não vejo a hora de conhecer mais obras do autor.
Task chega em 7 de setembro no HBO Max, com novos episódios sendo lançados semanalmente no streaming. Você pretende dar uma chance para a produção?
Comente nas redes sociais do Minha Série! Estamos no Threads, Instagram, TikTok e até mesmo no WhatsApp. Venha acompanhar filmes e séries com a gente!