Wicked: Parte 2 faz jus ao primeiro filme e até o supera. A saga de Elphaba e Glinda pode ter deixado a maior parte do público com um “gostinho de quero mais” no final do primeiro filme, cumprindo a provável intenção do diretor Jon M. Chu, que já gravou os dois filmes de uma vez. De fato, não havia como contar essa história sem dividi-la em duas partes, assim como a própria peça.
Ainda assim, é impressionante como os dois filmes se complementam e, ao mesmo tempo, tem seu lugar próprio no universo de Wicked. Mesmo sendo gravados juntos, a Elphaba do segundo filme não é a mesma do primeiro, e isso vale para todos os personagens da franquia. Talvez aqui o diretor prove que não é preciso demorar anos para lançar uma continuação para manter a rentabilidade de uma franquia, mas apenas os números poderão dar essa certeza.
Construção de um mundo mágico
De alguma forma, Wicked 2 parece ainda mais mágico que o primeiro filme. Jon M. Chu conseguiu criar um universo de fantasia maravilhoso mas ainda crível. Os cenários são impressionantes e o figurino impecável, o que já era esperado considerando os prêmios de Melhor Figurino para Paul Tazewell e de Melhor Direção de Arte para Lee Sandeles e Nathan Crowley no Oscar 2025.
Um ponto importante e aguardado para a sequência era a caracterização de alguns personagens que passarão por… Mudanças. Sem spoiler, aqui eu garanto: o público não vai se decepcionar. Havia um receio de que as transformações pudessem ficar muito lúdicas ou contrastantes com o resto do filme, mas acredito que os responsáveis conseguiram encontrar um equilíbrio adequado.
2º ato: ainda mais emocionante na telona
Se você assistiu à peça de teatro, deve ter se perguntado: como eles vão adaptar um ato menor e super objetivo em um filme que se equipare, ou pelo menos se aproxime, à duração da primeira parte? Bom, aqui temos mais um acerto dos roteiristas e do diretor. A adaptação passa voando e se mantém fiel à obra original.
As cenas incluídas apenas na obra audiovisual deixam tudo mais emocionante. Personagens queridos reaparecem, diálogos complementares auxiliam tanto na emoção quanto no humor e grandes paisagens ajudam a preencher as lacunas que poderiam ser sentidas na história.
Entretanto, ainda que agregue valor ao filme, a música inédita de Glinda me parece deslocada do resto da obra e pode colaborar para que o filme entedie um pouco, principalmente para aqueles que não costumam ver musicais com frequência.
Mais uma vez, o elenco mostra para o que veio
Cynthia Erivo e Ariana Grande estão deslumbrantes em seus papéis. O timing de comédia de Ariana mais uma vez dá vida a uma Glinda muito engraçada, com um adicional de emoção para essa etapa da história. A impressão que esse ciclo final deixa é que realmente não existia ninguém melhor para esse papel, que deve garantir mais uma indicação ao Oscar para a atriz.
Cynthia Erivo está igualmente impecável, porém a narrativa do 2º ato não dá tanta chance para ela brilhar. Para mim, o desenvolvimento de Glinda fica mais nítido, o que é uma pena, visto que Elphaba é a personagem subestimada desde o início. Enquanto a Bruxa Boa apenas ascende, a Bruxa Má do Oeste segue nas sombras.
Mesmo que esse seja o curso natural da obra original, me questiono se essa exaltação exacerbada de Glinda não vem do fato dela ser interpretada por uma das estrelas pop mais famosas da atualidade. Um empurrão a mais nessa sequência poderia ser exatamente o que Cynthia precisava para atingir o desejado título de “EGOT”, seleta lista que reúne pessoas que venceram nas maiores premiações do mundo do entretenimento: Emmy, Grammy, Oscar e do Tony Awards.
Um fim digno para Wicked, mas não para esse universo
Por melhor que seja não ter que esperar anos por uma sequência, o lançamento de dois ótimos filmes em um universo tão bem construído deixa saudade. Wicked 2 encerra de maneira emocionante o ciclo das duas amigas. Sem nenhuma sequência ou spin-off confirmado, Jon M. Chu deixa o público querendo mais, novamente.
Um ano não me parece o suficiente para o maravilhoso mundo de Oz, e talvez seja exatamente essa a intenção do diretor: fazer o público questionar e almejar pelo futuro da franquia.
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