Cuidando da órbita da Terra: cientistas da NASA querem tratado para cuidar do lixo espacial de risco

Cientistas da NASA e outros especialistas pediram tratado juridicamente vinculativo para garantir que o lixo espacial causado pela crescente indústria espacial não ameace irreparavelmente as atividades na órbita da Terra.

O espaço próximo à Terra vem se tornando cada vez mais lotado, com mais de nove mil satélites em órbita atualmente, e o ESO (Observatório Europeu do Sul) projeta que esse número pode crescer para 75 mil até 2030.

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Embora a tecnologia de satélite seja fundamental na Terra, o crescimento dessa indústria pode tornar inutilizáveis grandes áreas da órbita do planeta. O problema é agravado por satélites fora de uso ainda em órbita colidindo e criando fragmentos menores que são difíceis de rastrear.

Os satélites são vitais para a saúde de nosso povo, economias, segurança e da própria Terra. No entanto, usar o espaço para beneficiar as pessoas e o planeta está em risco. A humanidade precisa assumir a responsabilidade por nossos comportamentos no espaço agora, não mais tarde. Encorajo todos os líderes a tomarem nota, a reconhecerem a importância deste próximo passo e a se tornarem responsabilidade solidária.

Melissa Quinn, e chefe do Spaceport Cornwall e um dos especialistas que pede o tratado de lixo espacial

As estimativas preveem que já pode haver mais de 100 trilhões de pedaços de satélites antigos orbitando o planeta que não foram rastreados. Isso representa grande risco para outros satélites.

Centenas de manobras de prevenção de colisões são realizadas por satélites a cada ano para evitar choques que não só causariam danos aos satélites operacionais ou mesmo os destruiriam, mas também gerariam ainda mais lixo espacial.

O Museu de História Natural do Reino Unido explica que esse lixo espacial atualmente não representa ameaça à exploração espacial, mas incidentes recentes forneceram exemplos claros de que uma situação perigosa para os astronautas pode surgir com rapidez.

Em outubro de 2022, a ISS foi forçada a tomar medidas evasivas para desviar de fragmento de lixo espacial de um satélite russo destruído por teste de míssil anti-satélite condenado por outros países em 2021.

Um ano antes, os astronautas a bordo da ISS foram forçados a se abrigar em sua espaçonave de transporte quando a estação passou desconfortavelmente perto de lixo espacial. E na última semana, a ISS teve que disparar seus propulsores para manobrar fora do caminho de um satélite de imagem da Terra.

Em seu pedido de tratado, os cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, juntamente com pesquisadores da Universidade de Plymouth, da Iniciativa Arribada, da Universidade do Texas em Austin, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, do Spaceport Cornwall e da Zoological Society of London (ZSL), enfatizaram a necessidade urgente de consenso global sobre como administrar a órbita da Terra.

Os cientistas, incluindo especialistas em tecnologia de satélites e microplásticos oceânicos, dizem que o acordo para garantir a segurança na órbita da Terra deve colocar a responsabilidade pelos detritos nos usuários e produtores de satélites a partir do momento em que são lançados. Ao procurar maneiras de incentivar a responsabilidade, os especialistas dizem que fatores como custos comerciais devem ser considerados.

Isso significa que a medida sugerida é consistente com recente tratado da ONU para lidar com a poluição por plásticos no mar, acordado por 200 países, chamado Tratado Global de Plásticos. O tratado levou 20 anos para ser implementado e os cientistas querem evitar a demora na resolução do problema do lixo espacial.

Um dos cientistas que defendem o tratado é o pesquisador da Universidade de Plymouth, Dr. Imogen Napper.

“A questão da poluição plástica e muitos outros desafios enfrentados por nossos oceanos agora estão atraindo a atenção global. No entanto, há ação colaborativa limitada e a implementação tem sido lenta. Agora estamos em situação semelhante com o acúmulo de detritos espaciais”, disse Napper.

“Levando em consideração o que aprendemos em alto mar, podemos evitar cometer os mesmos erros e trabalhar coletivamente para evitar tragédia no Espaço. Sem acordo global, poderíamos nos encontrar em caminho semelhante.”

Com informações de Space.com

Imagem destacada: Shutterstock

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