DC Comics não vai permitir artes e textos de IA generativa, garante presidente

A DC Comics não vai apoiar a produção de roteiros ou artes geradas por inteligência artificial (IA). Quem confirmou o posicionamento foi o próprio presidente da editora, o também artista de quadrinhos Jim Lee.

Durante uma fala nesta quarta-feira (8) para parceiros comerciais na New York Comic Con, Lee afirmou que a companhia continuará priorizando o trabalho feito por artistas humanos e ainda explicou a diferença entre os materiais autênticos daqueles feitos por essas ferramentas.

Segundo ele, a DC não vai liberar o uso de IA generativa “nem agora, nem nunca“, ou ao menos enquanto Lee e a atual gerente Anne DePies estiverem no comando. A editora aproveitou o evento também como parte da comemoração de 90 anos da marca.

Jim Lee. (Imagem: DC Comics/Reprodução)

“O que fazemos e por que fazemos está enraizado em nossa humanidade. É aquela conexão bela e frágil entre imaginação e emoção que preenche a nossa mídia. As coisas que fazem o nosso universo tomar vida. É a linha imperfeita, o risco criativo, o gesto desenhado na mão que nenhum algoritmo pode replicar“, comentou.

Lee explicou ainda que o importante para a empresa é a ação humana, um “produto de verdadeiro esforço e inspiração“. O desenhista e executivo disse que os fãs “percebem e podem sentir” quando algo foi feito com cuidado e levou tempo e energia, sendo justamente o contrário do que é solicitado para um serviço generativo.

“Pessoas têm uma reação instintiva sobre o que tem ares de autêntico e recua quando se parece falso. É por isso que a criatividade humana importa. (…) A IA não sonha, não sente, não faz arte. Ela só agrega isso.”, argumenta Lee, no cargo há dois anos e com um currículo que inclui trabalhos para a Marvel e um papel importante no reboot dos Novos 52.

Quadrinhos, direitos autorais e fãs

De acordo com quem esteve presente na conferência, a fala de Lee foi bem recebida pelo público e gerou alívio por parte dos fãs. Em especial no caso de quadrinhos, há temores sobre a substituição total ou parcial de artistas nesse mercado para que ferramentas de IA sejam adotadas em determinadas obras.

  • Na fala, Lee mencionou ainda outro tema recente na indústria: a liberação de determinados personagens para domínio público, como deve acontecer nos próximos anos com as aparências originais de personagens como Batman e Superman. Para ele, ter os direitos de reproduzir os heróis, porém, não significa bons materiais;
  • O executivo ainda defendeu as fanfics e outras criações da comunidade, porque elas mostram “o quão profundo esses personagens vivem dentro de nós”;
  • Sobre as lojas de quadrinhos, ele citou que continua apoiando esses e outros estabelecimentos da área ao mesmo tempo em que a editora promove obras digitais — essas são formas diferentes de consumo de quadrinhos, mas é o ambiente físico que tende a transformar leitores casuais em fãs mais duradouros;

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