A fabricante Dell apresentou mais uma evidência de que a adoção da comunidade ao Windows 11 não é tão alta quanto o esperado pela indústria. Boa parte do público que estava até agora na versão anterior ainda não fez ou não pretende tão cedo realizar a migração.
De acordo com o chefe de operações da companhia, Jeffrey Clarke, a transição para o Windows 11 ainda “não está totalmente completa“. Na chamada com investidores durante a divulgação do mais recente relatório fiscal da marca, ele detalhou a situação atual fazendo uma comparação com a mudança anterior, que aconteceu em 2020 do Windows 7 para o Windows 10.
“Se compararmos com o fim do suporte do sistema operacional anterior, estamos de 10 a 12 pontos atrás com o Windows 11“, explicou.
- Parte do problema está no fato de muitos PCs (por volta de 500 milhões de aparelhos) ainda com desempenho considerado satisfatório pelo usuário, mas que não conseguirem rodar o atual sistema operacional da Microsoft por não atenderem os pré-requisitos técnicos para a atualização;
- Por outro lado, há outros 500 milhões de computadores que até estão aptos para a migração, mas seguem utilizados pelos usuários na versão Windows 10;
- A venda de novos computadores, que já rodam o Windows 11 nativamente e seria o grande motivo para uma mudança, também está abaixo do esperado;
Em especial por este último ponto, a Dell também precisa lidar com números reduzidos em venda de aparelhos. “O ciclo de atualização de PCs segue durável, apoiado por uma base instalada envelhecida e uma porção significativa de sistemas que ainda não foram atualizados para o Windows 11″, relata o executivo.
A Dell cita a venda de computadores como “estáveis”, o que não é exatamente um termo positivo neste caso. Isso porque a expectativa era de que elas estivessem em alta, em especial pela promoção de recursos de inteligência artificial (IA) por parte da Microsoft.
Por que o Windows 11 ainda não decolou?
O suporte oficial ao Windows 10 terminou oficialmente em outubro de 2025. Na prática, isso significa que atualizações de segurança e otimização não serão mais lançadas para a plataforma — que pode se tornar um ambiente inseguro e, com o passar dos anos, perder o acesso a aplicativos.
Porém, a resistência à atualização é notável. Uma distro popular de Linux chegou a registrar até uma alta quantidade de downloads de usuários da rival após o fim do suporte do Windows 10. Além disso, a versão Windows 11 só passou a anterior na metade deste ano em adoção, quatro anos depois do seu lançamento.
Como os PCs são eletrônicos de maior durabilidade em performance do que celulares, por exemplo, o público tende a trocar menos de desktop ou notebook do que no caso de smartphones, preferindo fazer somente a atualização do sistema operacional.
Porém, além dos pré-requisitos técnicos altos que deixam muitas máquinas poderosas de fora por motivos como a idade (e não a potência) do processador, a reputação do Windows 11 segue bastante instável.
Problemas como bugs ainda frequentes, em especial após atualizações, ainda são alvo de críticas. Além disso, os recursos de IA tão divulgados como diferenciais pela marca também não são unanimidade em termos de adoção pelos usuários, ainda não tão convencidos a usar as ferramentas ou investir em um Copilot+ PC.
O Windows 11 vai facilitar (e muito) para atualizar ou desinstalar apps. Entenda a novidade nesta matéria!
