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Depósitos de sal do Mar Vermelho podem revelar detalhes do início da vida na Terra

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Cientistas da Universidade de Miami descobriram vários depósitos de sal localizados no Mar Vermelho, um amplo corpo de água entre a África e a Ásia – este, porém, posicionado a cerca de 1,25 quilômetros (km) de distância do litoral mais próximo, o que facilitou a condução de um estudo sobre o início da vida na Terra.

“O consenso é o de que a vida originou-se na Terra pelo fundo do mar, em um ambiente quase certamente anóxico, ou seja, sem oxigênio”, disse o autor primário do estudo, Sam Purkis,professor de Ciências Marinhas da instituição americana. “Essas ‘salmouras’, nome dado às piscinas de sal no fundo do oceano, são um ótimo análogo à Terra antiga e, apesar de serem livres de oxigênio, são cheias de uma comunidade de micróbios extremófilos”.

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Os depósitos de sal oceânicos – ou “salmouras” – são registros históricos de um período correspondente ao início da vida na Terra: esses ambientes são tão extremos que animais e organismos comuns de hoje não sobrevivem a ele (Imagem: Purkis et al./Reprodução)

“Extremófilo”, como você já deve ter deduzido, é o tipo de organismo que vive em ambientes inóspitos, muito extremos e onde a probabilidade de sobrevivência de animais mais comuns é praticamente nula. Não por menos, qualquer organismo comum que se aproxime desses depósitos de sal é imediatamente nocauteado ou morto, sendo mantido fora da configuração química da área e contribuindo para a alta presença de predadores maiores nas proximidades.

Usando um “Veículo Remotamente Operado” (da sigla em inglês, “ROV”), os cientistas conseguiram extrair amostras do que chamaram de “um registro perfeitamente preservado de chuvas do passado na região, datando de mais de mil anos e incluindo evidências de terremotos e tsunamis”. Tais eventos ocorriam com uma frequência assustadora no último milênio – a cada 25 anos para chuvas torrenciais e terremotos, e uma vez a cada 100 anos para tsunamis.

Segundo Purkis, estudar a área de forma extensa pode até mesmo ajudar em desenvolvimentos recentes: os depósitos de sal estão próximos ao Golfo de Aqaba,a região árabe do Mar Vermelho. Apesar de majoritariamente inabitada, a área vem se urbanizando de forma acelerada, e entender esses registros históricos pode nos ajudar a aferir melhor a previsão desses acontecimentos em tempos modernos.

“Queremos trabalhar com os países que fazem fronteira no Golfo de Aqaba para ampliar a capacidade de avaliação dos riscos de tsunamis e terremotos”, disse Purkis. “Mais além, queremos retornar à região com equipamentos mais sofisticados, para ampliar nossa reconstrução histórica para além do último milênio, e mais longe na antiguidade”.

Um estudo sobre os novos depósitos de sal foi publicado no Communications Earth and Environment.

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