Sabia que você pode contribuir para descobertas científicas? É isso que acontece na chamada “ciência cidadã”, quando pessoas fora do meio acadêmico colaboram com pesquisas, ajudando desde a coleta de dados até a análise de informações. Com curiosidade, interesse, dedicação e, muitas vezes, apenas um computador ou celular, é possível participar de projetos que revelam novidades sobre o mundo e até sobre o Universo.
Exemplos não faltam. Em 2024, voluntários analisaram imagens antigas do Telescópio Espacial Hubble, da NASA, e encontraram milhares de asteroides que haviam passado despercebidos. Em outra iniciativa, pessoas de diferentes países ajudaram a mapear redes de cumes em Marte, examinando fotos enviadas por sondas espaciais. Mais recentemente, cientistas profissionais e observadores amadores descobriram juntos um planeta incomum que orbita duas estrelas ao mesmo tempo.
Embora pareça novidade, a ideia não é recente. Desde o século XIX, “amadores” já contribuíam com descobertas importantes. Mas foi entre os anos de 1980 e 1990 que a “ciência cidadã” começou a se popularizar, ganhando ainda mais força nas últimas duas décadas.
Ciência cidadã revela talentos
Além de gerar descobertas, essa modalidade tem um papel importante no combate à desinformação e às fake news, aproximando a ciência da população. E também ajuda a revelar talentos. Um bom exemplo é o da brasileira Nicole Oliveira Semião, a Nicolinha, que ficou conhecida ainda muito pequena por detectar asteroides e recentemente foi homenageada com seu nome em um objeto desse tipo, descoberto por Robert E. Holmes (um astrônomo amador dos EUA com contribuições científicas de grande relevância).
O Programa Olhar Espacial desta sexta-feira (15) vai abordar esse tema, recebendo a jovem cientista cidadã Maria Larissa Pereira Paiva, mais conhecida como Larittrix, que é educadora, comunicadora e a primeira Astronauta Análoga do Ceará. Nascida em Pires Ferreira, no sertão da Ibiapaba, ela transformou o céu do interior e a paixão pela astronomia em um projeto de vida e impacto social.
Aos 20 anos, já detectou mais de 25 asteroides em colaboração com a NASA, analisou mais de 2.000 galáxias para o Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ) e impactou mais de 20 mil estudantes por meio de projetos de popularização científica, como o “Pires Ferreira nas Estrelas” e o Time Larittrix.
Premiada nacionalmente, incluindo o reconhecimento da Força Meninas como destaque em Liderança Nacional, Larittrix também é embaixadora de iniciativas como Medalhei, Olimpíadas Científicas, Estude Melhor e Líder STEM, e já foi homenageada pelo presidente da República por seu protagonismo juvenil e compromisso com a ciência.
Neurodivergente e autodidata, hoje ela é estudante de Pedagogia na UAB-UVA (Universidade Aberta do Brasil – Universidade Estadual Vale do Acaraú) e acredita que a tecnologia, a educação e a inclusão devem caminhar juntas. Seu lema é: “Levar a Ciência para as pessoas e levar as pessoas para a Ciência”.
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Como assistir ao Programa Olhar Espacial
Apresentado por Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia – APA; membro da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da Bramon e coordenador nacional do Asteroid Day Brasil, o programa é transmitido ao vivo, todas às sextas-feiras, às 21h (horário de Brasília), pelos canais oficiais do veículo no YouTube, Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), LinkedIn e TikTok.
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