Um deslizamento colossal ocorrido em agosto de 2025 provocou um megatsunami de proporções impressionantes no Alasca. Segundo o US Geological Survey (USGS), o evento aconteceu no fiorde Tracy Arm, a cerca de 130 quilômetros ao sul de Juneau, capital do estado.
O deslizamento envolveu cerca de 100 milhões de metros cúbicos de terra, gerando uma onda de até 500 metros de altura – mais alta do que quase todos os arranha-céus de Nova York, com exceção do One World Trade Center. As informações são do IFL Science.
Um colapso colossal nas geleiras do Alasca
O deslizamento ocorreu por volta das 5h30 da manhã (horário local) de 10 de agosto. De acordo com o sismólogo estadual Michael West, qualquer estrutura próxima à base do deslizamento teria sido completamente destruída. “Tudo o que estivesse na extremidade da geleira teria sido absolutamente obliterado”, afirmou o especialista à Alaska Public Media.

O impacto foi tão intenso que os sinais sísmicos foram detectados por estações localizadas a mais de 1.000 quilômetros de distância. Pouco depois, o aumento anormal do nível da água começou a ser percebido na entrada do fiorde Fords Terror, onde a proprietária de um navio de cruzeiro, Christine Smith, notou que o mar estava subindo em um momento em que a maré deveria estar baixando. “Sabíamos que algo estava errado”, relatou.
Os cientistas do Alaska Earthquake Center confirmaram rapidamente que o deslizamento havia provocado um megatsunami. Apesar do tamanho das ondas, não há relatos de mortes, embora alguns campistas que estavam em uma ilha próxima tenham perdido seus equipamentos após a água atingir o local.
Onda comparável a arranha-céus
De acordo com medições feitas por GPS e altímetros a bordo de um helicóptero, o primeiro impacto do tsunami atingiu entre 470 e 500 metros de altura no ponto oposto ao deslizamento. Para efeito de comparação, essa onda foi:
- mais alta que o Empire State Building (381 metros);
- mais alta que o Central Park Tower (472 metros);
- superada apenas pelo One World Trade Center (541 metros).

Além do impacto inicial, o evento gerou um fenômeno conhecido como seiche, uma oscilação de ondas dentro de um espaço confinado. Dados do Alaska Earthquake Center indicam que essa movimentação – um “vai e vem” das águas – ocorreu a cada minuto durante 35 horas consecutivas após o deslizamento.
Área permanece em risco de novos tsunamis
O megatsunami de Tracy Arm não foi o maior já registrado – o recorde pertence a outro evento no próprio Alasca, em 1958, com 524 metros –, mas o impacto geológico e ambiental foi devastador. As imagens registradas nos dias seguintes mostram grandes áreas devastadas ao redor da geleira South Sawyer, onde o deslizamento começou.
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De acordo com o USGS, a região deve permanecer instável por anos. “Áreas íngremes e montanhosas de deslizamento são naturalmente instáveis e continuarão mudando. Quedas de rochas e novos deslizamentos em menor escala são esperados, o que pode gerar novos tsunamis locais”, informou o órgão.

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