A Disney registrou receita abaixo das expectativas de Wall Street em seu último trimestre fiscal, impactada pela fraqueza contínua do setor de TV a cabo. Apesar do bom desempenho nos parques temáticos e no streaming, os resultados não foram suficientes para evitar uma leve queda nas ações da companhia, que recuaram cerca de 3,9% no pré-mercado. As informações são da Reuters.
A gigante do entretenimento divulgou lucro ajustado por ação de US$ 1,11 no quarto trimestre encerrado em setembro — 3% abaixo do mesmo período do ano anterior, mas ainda 6 centavos acima da estimativa média de analistas. A receita total ficou em US$ 22,5 bilhões, próxima ao registrado no ano passado, mas inferior à previsão de US$ 22,75 bilhões.
Parques e streaming impulsionam resultados
O segmento de parques temáticos da Disney apresentou alta de 13% no lucro operacional, alcançando US$ 1,88 bilhão. O crescimento foi impulsionado pela expansão da frota de cruzeiros nos Estados Unidos e pela boa performance do Disneyland Paris. A empresa também relatou aumento no número de passageiros em seus navios, refletindo a demanda crescente por experiências imersivas.
Já o setor de streaming registrou crescimento expressivo de 39% nos lucros, atingindo US$ 352 milhões. O Disney+ e o Hulu somaram 12,5 milhões de novos assinantes no trimestre, totalizando 196 milhões de usuários. Parte desse avanço veio de um novo acordo de distribuição com a Charter Communications, que ajudou a atrair novos clientes.
Entre os destaques do catálogo, o remake de Lilo & Stitch foi lançado diretamente no Disney+, acumulando 14,3 milhões de visualizações nos primeiros cinco dias.
Os principais pontos do trimestre da Disney incluem:
- Queda nas receitas da TV tradicional e publicidade;
- Lucro operacional de US$ 691 milhões na divisão de entretenimento, 33% menor que no ano anterior;
- Aumento do dividendo para US$ 1,50 por ação (antes US$ 1);
- Dobro no plano de recompra de ações, que passará para US$ 7 bilhões em 2026;
- Previsão de crescimento de dois dígitos no lucro por ação ajustado até 2027.
Desafios na televisão e perspectivas futuras
O desempenho mais fraco da divisão de entretenimento — que inclui filmes e TV — foi um dos fatores que pesaram nos resultados. O setor teve queda superior a um terço em seu lucro operacional, com produções recentes não repetindo o sucesso de títulos como Inside Out 2 e Deadpool & Wolverine. Além disso, o lucro do canal esportivo ESPN também recuou, refletindo a transição global do público para o consumo digital.
Desde que Bob Iger reassumiu o comando da Disney em 2022, a companhia tem passado por reestruturações e cortes de custos para se adaptar ao declínio da TV tradicional e fortalecer seus negócios diretos ao consumidor. O contrato do executivo vai até o fim de 2026, e a empresa deve anunciar seu sucessor no início do próximo ano.
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Apesar dos desafios, a Disney mantém uma projeção otimista para os próximos exercícios fiscais, com expectativa de crescimento sólido e reforço no foco em streaming e experiências. A companhia aposta na força de suas marcas e franquias para sustentar o avanço em um mercado cada vez mais competitivo.
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