A gravidez muda (quase) tudo: a dieta, o sono, restrições e até mesmo o guarda-roupa. Mas para a maioria das mulheres, uma coisa não precisa mudar tão cedo: a liberdade de dirigir. Dirigir durante a gestação é perfeitamente normal e, na maioria dos casos, seguro. A grande questão não é se você pode dirigir, mas como fazer isso garantindo a segurança de dois (ou mais!).
A menos que haja uma recomendação médica específica em contrário, nada muda. Apenas são necessários alguns pequenos ajustes: o cinto de segurança ganha uma nova forma de usar, a distância do volante precisa ser recalculada e o cansaço passa a ser um ponto de mais atenção. Com alguns cuidados simples, é possível seguir na direção com conforto e, o mais importante, muita segurança.
Grávidas na direção: 8 dicas para quem conduz carro durante a gestação
Segurança no trânsito é um assunto sério, e durante a gravidez, a atenção é redobrada. Felizmente, as melhores práticas são claras e recomendadas pelas maiores autoridades de segurança viária e saúde.
1. O cinto de segurança é inegociável (e tem jeito certo)
Pode parecer contraintuitivo apertar algo contra a barriga, mas o cinto é o item de segurança mais importante para você e para o bebê. O cinto salva a vida de ambos, mas há um truque na posição:
- Faixa subabdominal (pélvica): deve passar sempre abaixo da barriga, bem ajustada sobre os ossos do quadril. Nunca, em hipótese alguma, deve ficar sobre a barriga.
- Faixa diagonal (ombro): deve passar entre os seios e lateralmente ao abdômen, apoiada firmemente sobre o ombro e o tórax.
2. Mantenha uma distância segura do volante
À medida que a barriga cresce, é natural ficar mais perto do volante. No entanto, é crucial manter uma distância segura. A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET) recomenda manter pelo menos 25 centímetros entre o osso do esterno (centro do peito) e o volante. Se necessário, incline levemente o encosto do banco para trás para conseguir essa distância, desde que ainda alcance os pedais confortavelmente.
3. Incline o volante para cima
A maioria dos carros permite ajustar a altura do volante. Se o seu permite, incline-o para cima. O ideal é que, em caso de acionamento do airbag, ele se dirija ao seu peito e não diretamente à sua barriga.
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4. Airbags? Deixe-os ligados!
Há um mito de que o airbag pode machucar o bebê, mas os especialistas discordam. Os airbags são projetados para funcionar em conjunto com o cinto de segurança. A ABRAMET reforça que a combinação do cinto (usado corretamente) e do airbag oferece a melhor proteção possível em uma colisão. Desativá-lo aumenta drasticamente o risco de ferimentos graves.
5. Faça “pit stops” em viagens longas
Ficar sentada por horas na mesma posição não é ideal para ninguém, muito menos para gestantes. O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) alerta que a gravidez aumenta o risco de trombose venosa profunda (TVP), ou coágulos sanguíneos, especialmente nas pernas.
Em viagens mais longas, programe paradas a cada 1 ou 2 horas para caminhar um pouco, esticar as pernas e reativar a circulação.
6. Ouça os sinais do seu corpo
O primeiro trimestre pode trazer náuseas e sonolência intensas; o último, cansaço e dificuldade de concentração. Seja honesta consigo mesma: se estiver enjoada, tonta, exausta ou com dores que dificultem seus reflexos, não dirija. Nesses dias, o melhor é pegar carona, usar um aplicativo de transporte ou trabalhar de casa, se possível.
7. Priorize o conforto (e a hidratação)
Pequenos ajustes fazem uma grande diferença. Uma almofada de apoio lombar pode aliviar a dor nas costas. Roupas confortáveis e sapatos baixos (que dão firmeza nos pedais) são essenciais. Mantenha também uma garrafa de água e alguns lanches leves no carro para evitar a hipoglicemia ou a desidratação.
8. Bateu? Vá ao médico imediatamente
Mesmo uma “batidinha” leve no estacionamento pode ser motivo de preocupação. Traumas no abdômen podem causar complicações, como o descolamento prematuro da placenta. Após qualquer tipo de colisão, procure atendimento médico imediatamente, mesmo que você se sinta perfeitamente bem.
As informações acima são de caráter geral e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Gestantes devem sempre seguir as recomendações de seu médico (a) responsável.
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