O anúncio de noivado de Taylor Swift e Travis Kelce no Instagram foi mais do que notícia: para muitos fãs, parecia um momento pessoal compartilhado com amigos próximos.
Esse tipo de sensação reflete o que o professor Andrew Selepak, da Universidade da Flórida, define como “relação parasocial” – uma conexão unilateral em que o indivíduo acredita ter um vínculo real com alguém que, na maioria das vezes, nem sabe da sua existência.

Redes sociais potencializaram o fenômeno
- Embora não sejam um fenômeno novo – reis, generais e astros de Hollywood já despertavam esse tipo de devoção –, as redes sociais intensificaram e aceleraram essas relações.
- Celebridades e influenciadores compartilham rotinas, bastidores e confissões emocionais, criando uma ilusão de intimidade.
- No caso de influenciadores com audiências menores, a chance de interação direta aumenta, reforçando ainda mais essa proximidade percebida.
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Quando este tipo de relação deixa de ser saudável?
Selepak alerta que, em alguns casos, o apego exagerado pode levar a comportamentos prejudiciais, como cirurgias plásticas para imitar o ídolo ou o afastamento de família e amigos.
Ao mesmo tempo, esse vínculo emocional alimenta um modelo de negócio lucrativo, baseado em assinaturas, produtos e eventos ao vivo.
Segundo o pesquisador, parte da força dessas conexões está no fato de substituírem, ainda que de forma ilusória, a queda da vida comunitária presencial.
“Temos a necessidade de nos sentir parte de algo maior. Quando não encontramos isso em grupos sociais ou organizações, buscamos alternativas digitais – mas é apenas uma falsa substituição”, afirma.

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