Egito: arqueólogos encontram múmias com línguas de ouro

Uma descoberta impressionante foi realizada por arqueólogos no sítio de Oxirrinco, no Egito, onde 13 múmias antigas foram encontradas com línguas de ouro e pregos do mesmo material. Os itens, colocados nos corpos durante o período ptolomaico (304 a 30 a.C.), tinham a finalidade de permitir que os falecidos falassem na vida após a morte, segundo crenças da época.

As escavações revelaram um salão funerário composto por três câmaras, onde dezenas de múmias estavam sepultadas. De acordo com o Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades, essa prática funerária era associada à ideia de que o ouro representava “a carne dos deuses”.

Uma das novas línguas de ouro descobertas (Imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)

Histórico e simbolismo das línguas de ouro

Anteriormente, 16 línguas de ouro haviam sido desenterradas no mesmo sítio arqueológico. “O número encontrado nesta escavação é significativo e pode indicar que os corpos pertenciam a membros da elite ligados ao templo local e aos cultos de animais predominantes na região”, afirmou Salima Ikram, professora de egiptologia na Universidade Americana do Cairo, ao Live Science.

Ikram também sugeriu que o uso de línguas de ouro poderia ter sido uma tendência adotada pelas casas de embalsamamento do local.

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Outros achados

  • Além das línguas de ouro, os arqueólogos encontraram 29 amuletos entre os restos mortais;
  • Alguns deles tinham formas de escaravelhos, símbolos associados ao movimento do Sol no céu, enquanto outros representavam divindades egípcias, como Hórus, Thoth e Ísis;
  • Alguns amuletos exibiam formas híbridas, combinando características de várias divindades;
  • As paredes e tetos das câmaras funerárias também guardavam pinturas extraordinárias;
  • Entre as obras, destaca-se a representação de um proprietário de tumba chamado Wen-Nefer, acompanhado por divindades egípcias. Outra pintura no teto mostra a deusa do céu, Nut, cercada por estrelas, enquanto uma terceira retrata um barco decorado com figuras divinas.

“A qualidade das pinturas é realmente excelente, com cores surpreendentemente bem preservadas”, comentou Francesco Tiradritti, egiptólogo da Universidade D’Annunzio de Chieti-Pescara (Itália), que não participou da escavação.

Pintura recém-descoberta mostra divindades egípcias em um barco (Imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)

Impacto e continuidade das pesquisas

A equipe responsável pelas escavações, liderada por uma missão hispano-egípcia, ainda não forneceu novos detalhes sobre os achados, mas as descobertas reforçam a relevância histórica de Oxirrinco como um dos principais sítios arqueológicos do Egito antigo.

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