Marte sempre esteve na nossa imaginação. Desde o clássico “A Guerra dos Mundos”, de H. G. Wells, às dezenas de filmes de Hollywood, a Terra sempre foi invadida por marcianos que buscam colonizar nosso planeta.
Agora, vemos exatamente o contrário. Até 2055, acredita Elon Musk, nós poderemos ter um assentamento sustentável e autossuficiente em Marte. Mas, para isso, são necessários alguns avanços tecnológicos, explica a revista Space.
Acredito que isso possa ser feito em 30 anos, desde que haja um aumento exponencial na capacidade de carga para Marte a cada janela de transferência, que é a cada dois anos.
Elon Musk, fundador e CEO da SpaceX, em declaração durante o All-In Summit.
Terra e Marte se alinham a cada 26 meses
Para Musk, aumentar a capacidade de carga enviada a cada 26 meses é importante para garantir que todo o equipamento necessário para a manutenção de um assentamento, como módulos de habitação e robôs auxiliares, sejam enviados a tempo.
Além disso, os futuros colonos precisarão “ter todos os ingredientes da civilização”, como os insumos para produção de alimentos, equipamentos para gerar energia e combustível, construção de microchips, computadores, foguetes e tudo o mais que eles precisarem.
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Musk já tem até o foguete necessário, pelo menos para ele, para iniciar a colonização de Marte: a Starship, nave construída pela SpaceX, que é considerada o maior e mais potente veículo de lançamento já construído.
Starship já realizou 10 voos completos
A Starship é um foguete formado por duas partes, explica a Space. O Super Heavy (propulsor) e a nave Starship (estágio superior). Ambos são feitos de aço inoxidável e usam motores movidos a oxigênio e metano líquidos, combustíveis que também podem ser produzidos em Marte.
O projeto ainda está em testes, mas já realizou 10 voos completos, sendo o último em 26 de agosto. Nesse voo, a nave conseguiu cumprir todos os objetivos propostos, incluindo levar cargas simuladas de satélites ao espaço. Isso foi considerado um marco importante, já que nos três testes anteriores a nave havia sido perdida antes do final da missão.
O próximo voo, explicou Musk no All-In Summit, será o último do projeto atual. “Depois disso, vem a Versão 3, que trará uma atualização gigantesca, porque tem o Raptor 3, e praticamente tudo muda no foguete”, complementou.
Nova versão da Starship será capaz de orbitar mais de 100 toneladas
Musk acredita que a próxima versão do seu foguete contará com “uma reformulação tão radical” que permitirá que ela orbite “mais de 100 toneladas”. A Starship deve carregar 2,5 vezes mais carga que o Falcon Heavy e, diferente do Falcon Heavy, será totalmente reutilizável. A SpaceX já reutilizou o propulsor Super Heavy em voos, mas ainda não conseguiu fazer o mesmo com a nave, devido à complexidade do processo.
Para a reutilização total da nave, ainda há muito trabalho a ser feito no escudo térmico.
Elon Musk, fundador e CEO da SpaceX, em declaração durante o All-In Summit.
Musk tem como objetivo usar a nave para colonizar Marte, tornando o ser humano uma espécie multiplanetária e aumentando as chances de sobrevivermos em caso de desastres na Terra.
Entenda mais sobre a Starship:
- Nave e propulsor totalmente reutilizáveis.
- Escudo térmico projetado para resistir ao calor, ser leve e não precisar de longos reparos.
- Objetivo: lançar mais de 100 toneladas em órbita.
- Retorno planejado à plataforma de lançamento para reaproveitamento imediato.
- Starship Versão 3 terá 124 metros de altura (Versão 2 tinha 121 metros).
- Quando totalmente carregada, a nave pode atingir 142 metros.
- Testes não tripulados para Marte previstos para o próximo ano.
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