Elon Musk e a compra do Twitter: o quanto isso importa?

Não se fala de outra coisa pelas redes sociais, principalmente no próprio Twitter, sobre a grande cartada do CEO da Tesla e SpaceX, Elon Musk, ao adquirir o aplicativo do passarinho azul. Musk, que sempre agiu de forma controversa na plataforma, intensificou seu jogo de interesse com uma participação inicial de 9% da empresa, aumentando sua oferta há duas semanas para ter domínio completo da rede social. O conselho do Twitter inicialmente resistiu à oferta, mas algo parece ter mudado nos últimos dias. Acredito que talvez tenham sido os US$ 46,5 bilhões ofertados, mas talvez nunca saibamos exatamente o que aconteceu.

O impacto disso nas moedas digitais já é um fato. A criptomoeda Dogecoin subiu 26% após o anúncio da compra do Twitter. Musk é um dos maiores entusiastas do token, então, esse movimento era previsível.

Muitos especularam sobre o que significa para a empresa a aquisição de Musk. O próprio milionário considerou que o Twitter tem um potencial extraordinário e garantiu que ele mesmo iria “desbloqueá-lo”. Não contente em ser um simples acionista ou mesmo um membro do conselho, o bilionário decidiu seguir um caminho “centralizador”, como se ele fosse um “ditador benevolente”, acreditando ser o único que pode resolver os diversos problemas da plataforma.

Para ele, alguns desses problemas são as políticas de combate aos bots e os banimentos. Embora eu não tenha encontrado artigos relevantes argumentando a favor de mais bots nas mídias sociais, a atitude de Musk em relação às proibições do Twitter – ou a sua hostilidade em relação a eles –, tem provocado irritação de um lado e recebido elogios de outros. Como vários críticos apontam atualmente, as empresas privadas de mídia social não têm mais a obrigação de garantir a liberdade de expressão na sociedade, apesar de terem, por anos, abraçado a narrativa de bastiões da liberdade de expressão.

Elon Musk, considerado o absolutista da liberdade de expressão, tornou-se o único proprietário de uma das maiores plataformas de comunicação do mundo. O CEO atraiu o tipo de adoração com que os reis antigos devem ter sonhado. A compra do Twitter foi elogiada pelos que acreditam no direito irrevogável das pessoas dizerem o que pensam, independentemente das consequências.

Uma vez no conselho do Twitter, o empresário usurpou de uma estrutura de governança democrática baseada no direito de voto dos acionistas, ao validar o preço certo e se instalar, finalmente, como a maior autoridade da plataforma. Os defensores da descentralização da web fariam bem em tomar nota, porque este ainda é o mundo em que vivemos.

Finalizamos com seu tweet:
“Espero que até meus piores críticos permaneçam no Twitter, porque é isso que significa liberdade de expressão”.

A pergunta que fica é a seguinte: será que ele seguirá se sentindo assim?!

Imagem: Reprodução

Luciano Mathias é CCO da TRIO Hub Global

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