Sorria 2, que estreou recentemente na Netflix, retorna com ainda mais tensão psicológica e simbolismo sombrio, levando a maldição do sorriso a um novo patamar — desta vez, nos palcos e diante das câmeras.
Com direção de Parker Finn e protagonismo de Naomi Scott, o filme amplia o universo estabelecido em 2022 com uma narrativa que entrelaça trauma, fama e terror sobrenatural.
A seguir, explicamos o final perturbador do longa e como ele ressignifica a maldição que assombra suas vítimas. Confira!
Sorria 2: Skye Riley e a inevitável espiral da maldição
A história de Sorria 2 gira em torno de Skye Riley, uma estrela pop marcada por tragédias pessoais e pelo peso da expectativa pública. Após um período afastada dos palcos devido a um grave acidente de carro que matou seu parceiro Paul Hudson, Skye se prepara para um retorno triunfante.
No entanto, sua vida toma um rumo sombrio quando ela testemunha o suicídio grotesco de Lewis, um amigo envolvido com drogas — e, sem saber, acaba herdando a entidade do sorriso.
A partir desse momento, Skye começa a viver episódios cada vez mais intensos de alucinações e distorções da realidade. Pessoas ao seu redor exibem sorrisos sinistros e ela perde o controle em situações públicas, incluindo uma cena constrangedora durante um evento beneficente.
A pressão de sua mãe e empresária, Elizabeth, e a deterioração de sua saúde mental a levam a buscar uma solução desesperada com a ajuda de Morris, um enfermeiro que acredita ter descoberto uma forma de interromper o ciclo da maldição: provocar uma parada cardíaca e reviver a vítima, impedindo a transferência do espírito maligno.

A simbologia do final de Sorria 2
No clímax do filme de terror, Skye se submete ao plano arriscado de Morris. Em um restaurante abandonado, ele a coloca dentro de um freezer, com a intenção de “matar” a artista temporariamente para libertá-la da entidade.
Mas a realidade se dissolve mais uma vez: ela não está em um restaurante, mas, sim, no palco do Madison Square Garden, diante de milhares de fãs gritando por sua performance de retorno.
Nesse momento surreal, a entidade assume sua forma mais monstruosa — uma criatura gigantesca, deformada e sorridente, visível apenas para Skye. Em desespero absoluto e incapaz de separar o real da ilusão, a pop star apunhala seu próprio olho com um microfone cravejado de pedras, tirando a própria vida diante do público e das câmeras.
O horror se espalha instantaneamente: a morte é registrada por centenas de celulares e transmitida ao vivo para milhões de espectadores, potencialmente expandindo o alcance da maldição para todos que assistirem.
Sorria 2 traz final trágico e crítica à cultura da fama
A morte de Skye, assim como a de Rose Cotter no primeiro filme, confirma um padrão cruel da entidade: atrair pessoas fragilizadas, expô-las ao colapso e perpetuar sua presença através do trauma alheio.
Contudo, Sorria 2 acrescenta uma camada de crítica social, sugerindo que o culto à celebridade e a espetacularização do sofrimento são formas modernas de alimentar esse ciclo.
Em entrevista ao EW, o diretor Parker Finn insinua que o público também carrega culpa — seja por consumir obsessivamente a queda das figuras públicas, seja por perpetuar a dor em busca de entretenimento.
A plateia que grita por Skye, sem saber o que ela enfrenta, torna-se cúmplice de sua destruição. Ao transformar o palco em altar e o show em sacrifício, Sorria 2 encerra sua narrativa com uma mensagem perturbadora sobre o poder coletivo de testemunhar.

O que esperar de um possível Sorria 3?
Com um final tão impactante e um novo “hospedeiro coletivo” formado por milhares de testemunhas da tragédia, a franquia parece pronta para escalar ainda mais.
Finn já sugeriu que Sorria 3 pode seguir por um caminho ousado, explorando o potencial viral da entidade. Se antes a maldição se espalhava de pessoa para pessoa, agora ela pode alcançar massas por meio da tecnologia — redes sociais, transmissões ao vivo e até vídeos virais.
Enquanto isso, Sorria 2 consolida sua proposta de ser mais do que apenas um filme de terror: é uma experiência incômoda, intensa e cheia de camadas, que usa o medo como espelho para os excessos da sociedade moderna. E como o próprio sorriso da entidade, é impossível desviar o olhar — mesmo sabendo que o próximo a ser amaldiçoado pode ser você!