Enquanto várias regiões do Brasil experimentaram ondas de frio nos últimos meses, o verão europeu vivenciou exatamente o oposto. De acordo com a Agência Meteorológica da Espanha (AEMET), o país acaba de registrar a pior onda de calor da história.
Entre os dias 3 e 18 de agosto, os termômetros ficaram 4,6ºC mais altos em relação à média histórica. Em alguns locais, a sensação ficou próxima dos 40ºC. Foi o pior resultado desde 1950, quando as autoridades começaram as medições. Nas palavras da própria AEMET, essa onda de calor foi “a mais intensa já registrada”.
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Como resultado do fenômeno climático, a Espanha enfrenta uma série de desafios, que incluem incêndios florestais e perigos à saúde. Uma estimativa do Instituto de Saúde Carlos 3º, por exemplo, aponta que mais de 1.100 pessoas morreram em decorrência da onda de calor nos últimos meses.
Já as queimadas destruíram mais de 350 mil hectares nas regiões Norte e Oeste do país. Isso equivale a cerca de 490 mil campos de futebol!
O que fez o primeiro-ministro
- Diante desses números, o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, acionou o chamado Mecanismo Europeu de Proteção Civil no dia 11 de agosto.
- Essa ferramenta facilita o envio de ajuda de outros países do bloco em caso de catástrofes naturais.
- Sánchez afirmou que a reconstrução de cidades pode durar meses ou até anos.
- E anunciou a criação de um grupo interministerial para cuidar do assunto.
- A Espanha é o país que mais sofreu com queimadas nesse período, mas não é o único.
- O vizinho Portugal também enfrenta dificuldades relacionadas às altas temperaturas.
- Cerca de 70 municípios portugueses foram colocados em risco máximo de incêndio no último domingo (24).
- E a previsão é de manutenção desse calor, com temperaturas acima dos 36ºC nos próximos dias.

A culpa é das mudanças climáticas?
De acordo com Pedro Sánchez, a resposta é sim. Além de acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, o primeiro-ministro da Espanha também instou os aliados a firmarem uma espécie de pacto climático.
“A emergência climática avança de forma cada vez mais acelerada e os efeitos são cada vez mais graves. É preciso redimensionar e redefinir todos os aspectos relacionados com a mitigação e adaptação às alterações climáticas e transformar em políticas de Estado as políticas vinculadas com a emergência climática”, disse o líder espanhol.
Dados científicos corroboram o discurso de Sánchez. A AEMET aponta que a temperatura média da Espanha aumentou 1,69°C de 1961 para cá.
Agosto de 2025 deve ser o mais quente já registrado. E, das 5 piores ondas de calor da história, 4 ocorreram a partir de 2019.
“Que quatro das cinco ondas de calor mais intensas tenham ocorrido desde 2019 não é coincidência. Nem todo verão será sempre mais quente que o anterior, mas a tendência de verões mais extremos é evidente. É essencial que haja adaptação e mitigação das mudanças climáticas“, alertou a agência espanhola.

As informações são do jornal The Guardian.
O post Espanha: Calor bate recorde e provoca incêndios florestais apareceu primeiro em Olhar Digital.