A Anthropic cortou o acesso da OpenAI ao seus modelos de inteligência artificial (IA) Claude, segundo fontes ouvidas pela revista Wired.
A decisão veio após relatos de que a desenvolvedora do ChatGPT estaria usando o Claude para comparações internas com seus próprios modelos, incluindo testes de desempenho em tarefas como programação, escrita e segurança.
OpenAI usava Claude Code para aperfeiçoar o GPT-5, diz porta-voz da Anthropic
De acordo com Christopher Nulty, porta-voz da Anthropic, a equipe técnica da OpenAI usava o Claude Code – ferramenta de programação com IA da empresa – antes do lançamento do GPT-5.
Fontes indicam que a OpenAI conectava o Claude a ferramentas internas usando acesso de desenvolvedor (API), ao invés da interface convencional de chat.
Isso permitia testes detalhados para comparar o desempenho do Claude com os modelos próprios da OpenAI, tanto em tarefas criativas quanto em segurança.
Esses testes também incluíam análises de como o Claude reagia a comandos sensíveis, como temas relacionados a abuso infantil, automutilação e difamação.
- As comparações permitiam à OpenAI ajustar seus próprios modelos com base nas respostas observadas.
Isso, segundo Nulty, infringe regras comerciais da plataforma. Os termos da Anthropic proíbem o uso de seus serviços para desenvolver produtos concorrentes, treinar modelos de IA rivais ou fazer engenharia reversa.
Bloqueio de acesso a APIs
A prática de bloquear o acesso de APIs entre concorrentes é comum no setor de tecnologia. Exemplos passados incluem o Facebook bloqueando o Vine e a Salesforce limitando o uso da API do Slack.
A própria Anthropic já havia cortado o acesso da startup Windsurf, após rumores de aquisição por parte da OpenAI. Segundo o diretor científico Jared Kaplan, seria estranho vender o Claude para a OpenAI.
Seja como for, a decisão ocorre justamente quando a OpenAI estaria se preparando para lançar o GPT-5, um modelo que, segundo rumores, terá desempenho superior em tarefas de programação.
Apesar do bloqueio, a Anthropic informou que ainda permitirá à OpenAI o uso do Claude para avaliações de benchmark e segurança – usos que considera legítimos dentro do contexto da pesquisa e desenvolvimento responsável em IA.
A OpenAI, por sua vez, classificou o uso como algo “padrão da indústria” e lamentou a decisão da Anthropic. “Embora respeitemos a decisão da Anthropic de cortar nosso acesso à API, é decepcionante, considerando que nossa API continua disponível para eles.”
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Pesquisa revela a IA preferida das empresas (spoiler: não é o ChatGPT)
A Anthropic ultrapassou a OpenAI e agora lidera o mercado corporativo de modelos de linguagem, com 32% de participação por uso, segundo um relatório da Menlo Ventures divulgado nesta semana.
A OpenAI aparece em segundo lugar, com 25%. Essa mudança marca uma reviravolta significativa em relação a 2023, quando a OpenAI dominava com 50% e a Anthropic tinha apenas 12%.
Novas versões do Claude impulsionam a Anthropic
- A ascensão da Anthropic é ainda mais expressiva no segmento de codificação, onde detém 42% do uso corporativo — o dobro da OpenAI, que possui 21%;
- O salto de adoção é atribuído principalmente ao lançamento dos modelos Claude 3.5 Sonnet, em junho de 2024, e Claude 3.7 Sonnet, em fevereiro de 2025;
- Os novos modelos impulsionaram a popularidade da startup entre empresas e desenvolvedores.
Saiba mais nesta matéria do Olhar Digital.
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