Está passando rápido? Terra terá um dos dias mais curtos já registrados nesta terça-feira (22)

A Terra está girando mais rápido do que o normal nesta terça-feira (22), tornando a data um dos dias mais curtos já registrados até o momento. Conforme dados do Space.com, o planeta vai gastar 1,34 milissegundos a menos para realizar uma rotação completa hoje, ou seja, ligeiramente abaixo das tradicionais 24 horas.

Embora se trate de uma diferença praticamente imperceptível, o giro acelerado da Terra vem se tornando uma tendência desde que as medições com relógios atômicos começaram, na primeira metade dos anos 1970. E a previsão é de um novo recorde no próximo dia 5 de agosto, quando o dia será 1,25 milissegundos mais curto.

A duração menor do dia é imperceptível, mas a longo prazo pode afetar aparelhos eletrônicos. (Imagem: Getty Images)

Quais fatores levam a Terra a girar mais rápido?

A Terra gasta 86.400 segundos, o equivalente a 24 horas, para girar totalmente em seu eixo, que é a duração de um dia. No entanto, este número não é exato, pois a velocidade de rotação pode ser influenciada por diferentes fatores que variam ao longo do ano.

  • Uma das principais influências vem da atração gravitacional da Lua, por meio de um fenômeno denominado frenagem da maré;
  • Isso faz com que o planeta se expanda em determinadas regiões, levando o satélite natural a agir como uma espécie de freio, reduzindo a velocidade de rotação da Terra;
  • A posição do Sol, mudanças sazonais na atmosfera e no núcleo do planeta também afetam a duração do dia terrestre;
  • Além disso, há influências de atividade sísmica, clima, glaciação, oceanos e campo magnético do planeta.

Um estudo divulgado em 2020 apontou que, atualmente, o movimento de rotação da Terra nunca foi tão rápido, com os 28 dias mais curtos tendo sido registrados desde o início desta década. Não há certeza sobre as causas, mas o fenômeno pode ter relação com o acúmulo de água no hemisfério Norte e o derretimento das geleiras no século XX.

A longo prazo, tal movimento pode afetar sistemas que dependam de cronometragem extremamente precisa, como satélites, redes de comunicação e computadores, mas é possível superar os problemas com a extração de um segundo bissexto em vez de adicioná-lo. Especialistas acreditam que a aceleração seja temporária e a Terra volte a desacelerar futuramente.

O Sol e principalmente a Lua têm influência na velocidade de rotação da Terra. (Imagem: Getty Images)

Os dias já foram mais curtos

Apesar da tendência de aceleração atual, o movimento de rotação da Terra desacelera em torno de 2 milissegundos a cada século, em média. Dessa forma, os dias eram muito mais curtos antigamente, como destaca o Live Science.

Entre 1 bilhão e 2 bilhões de anos atrás, a duração do dia era de 19 horas, aproximadamente, enquanto há 250 milhões de anos um dia durava cerca de 23 horas. A diferença estava na maior proximidade da Lua, tornando a atração gravitacional mais forte do que agora.

O Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS) é a entidade referência na medição da duração dos dias com alta precisão. Para tanto, os cientistas usam relógios atômicos introduzidos na década de 1950.

Com precisão de milissegundos, esses relógios usam as oscilações dos átomos mantidos em uma câmara de vácuo para calcular 24 horas com a maior exatidão possível. É a partir deste sistema que surgiu o Tempo Universal Coordenado (UTC), padrão global de cronometragem utilizado por computadores em todo o mundo.

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