A natureza desenvolveu adaptações sensoriais notáveis para garantir a sobrevivência de diversas espécies, como a audição ultra-aguda da traça-da-cera-grande ou a visão polarizada do camarão-louva-a-deus.
Entre as mais curiosas está a eletrorrecepção — a capacidade de detectar campos elétricos fracos —, geralmente restrita a animais aquáticos, mas agora confirmada em um inseto inusitado: a cigarrinha-das-árvores.

Antena que capta sinais
- Um novo estudo publicado na PNAS revela que esse inseto possui um pronoto (estrutura do tórax) extremamente desenvolvido, com formas e cores chamativas, que pode funcionar como uma antena natural para captar sinais elétricos.
- Além disso, essa estrutura reduz sua visibilidade para predadores sensíveis a eletricidade, funcionando como uma espécie de camuflagem elétrica.
- Pesquisadores testaram a hipótese na Costa Rica, medindo as cargas eletrostáticas de 151 cigarrinhas e outros insetos.
- Descobriram que o campo elétrico ao redor das extremidades do pronoto era até 50 vezes mais intenso que o normal, o que confirma sua sensibilidade e possível função defensiva.
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Maior entendimento sobre a evolução sensorial
O estudo reforça a ideia de que, mesmo em formas corporais bizarras, a evolução segue a lógica de que forma e função estão intimamente ligadas.
A eletrorrecepção, antes considerada exclusiva de peixes, anfíbios e alguns mamíferos como o ornitorrinco, agora se mostra mais comum — também presente em abelhas, lagartas e agora, nas cigarrinhas-das-árvores.

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