Este pode ser um dos primeiros sinais do Alzheimer, segundo pesquisa

Um estudo publicado recentemente na revista Nature Communications revelou o que pode ser um dos primeiros sinais da doença de Alzheimer, que aparece antes mesmo dos sintomas mais tradicionais, como perda de memória: a perda de olfato.

Em testes realizados em camundongos geneticamente modificados, alterações no olfato começaram até dois meses antes do aparecimento de outras alterações cerebrais. A conclusão pode dar dicas sobre um novo marcador da doença e ajudar em testes e diagnósticos precoces.

Pesquisa pode indicar um novo marcador no estudo do Alzheimer e em futuros diagnósticos (Imagem: Nefedova Tanya/Shutterstock)

Perda de olfato pode ser um dos primeiros sinais do Alzheimer

A pesquisa foi realizada por pesquisadores da Universidade Luís Maximiliano, de Munique, na Alemanha. Eles analisaram camundongos geneticamente modificados para terem tecido cerebral semelhante ao de humanos com Alzheimer. A investigação foi em uma parte da região do tronco cerebral chamada locus coeruleus, responsável por produzir noradrenalina (transmissor ligado a funções de atenção, resposta ao estresse e olfato).

No caso dos humanos, um dos sinais do Alzheimer é a formação das placas de proteína beta-amiloide (β-amiloide) no cérebro. O acúmulo delas interfere na comunicação entre os neurônios e impacta no declínio cognitivo.

No entanto, eles descobriram que a degeneração de um conjunto de neurônios ligados ao olfato aconteceu antes mesmo da formação das placas de beta amiloide. Isso foi cerca de um ou dois meses antes de qualquer outra alteração cerebral ligada ao Alzheimer.

Além da associação com a doença, a degeneração nos neurônios ligados ao olfato levou à perda da capacidade dos animais de identificar cheiros, mesmo que eles permanecessem saudáveis em outros aspectos cognitivos.

Pesquisa modificou os camundongos geneticamente para simular o Alzheimer no cérebro (Imagem: Nature Communications/Reprodução)

Pesquisa comparou cérebro dos camundongos com o de humanos

Como não conseguimos ter acesso ao cérebro humano em um ser humano vivo, as pesquisas normalmente acontecem em animais. No caso deste trabalho, os pesquisadores compararam os resultados nos camundongos com o cérebro de pacientes com Alzheimer em fase inicial, tentando identificar aspectos em comum entre humanos e animais.

Segundo a equipe, a perda de olfato pode ser um sinal sensorial precoce e subestimado do Alzheimer, e pode se tornar um marcador importante no estudo e diagnóstico da doença.

Perda de olfato já foi associada ao Alzheimer em outras pesquisas (Imagem: Mouse family/Shutterstock)

Estudos anteriores já ligaram o olfato ao Alzheimer

O estudo recente não é a primeira vez que o olfato é ligado à doença de Alzheimer:

  • Um estudo de maio deste ano publicado no Journal of Alzheimer’s Disease revelou que a perda de olfato, comumente associada a doenças como Covid-19 e gripe, também pode ser um indicativo de demência e Alzheimer;
  • A pesquisa acompanhou 364 indivíduos durante cerca de dois anos e meio. Nenhum deles tinha problemas cognitivos no início;
  • No ensaio, eles receberam testes cognitivos e de identificação de odores, e tiveram que passar por tomografias PET, um exame de imagem cerebral, para detectar acúmulos das proteínas beta-amiloide e tau (ambas associadas ao Alzheimer e outras demências);
  • O estudo desvendou que as pessoas que tiveram pontuações mais baixas nos testes de olfato tinham mais chances de desenvolver alguma doença cognitiva leve. Isso, por sua vez, pode resultar no Alzheimer ou outros tipos de demência observados ao final do período.

Saiba os detalhes sobre este estudo aqui.

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