EUA ampliam vigilância espacial para rastrear objetos entre a Terra e a Lua

As Forças Armadas dos Estados Unidos estão de olho na Lua. A agência DARPA lançou um novo programa para rastrear possíveis ameaças e objetos misteriosos que se movem entre a Terra e o satélite natural.

O objetivo é ampliar o “radar” espacial norte-americano e garantir vantagem na corrida lunar, que envolve tanto o avanço científico quanto a segurança estratégica no espaço.

As informações são do site Space.com.

A espaçonave Orion da NASA sobrevoa a Lua durante a missão Artemis 1 da agência, em 2023. Estados Unidos planejam o retorno com a missão Artemis 3, prevista para 2027. Imagem: Divulgação/NASA

O que é o espaço cis-lunar e por que ele importa

A região entre a Terra e a Lua, chamada de espaço cis-lunar, está se tornando a próxima “área disputada” da exploração espacial. Até agora, a maioria dos sistemas de rastreamento cobre apenas satélites e espaçonaves que orbitam a Terra. No entanto, à medida que missões da NASA, da China e de empresas privadas aumentam, os EUA querem enxergar mais longe — literalmente até a Lua.

Para isso, a DARPA criou o programa Track at Big Distances With Track-Before-Detect (TBD2). O projeto busca desenvolver tecnologias capazes de detectar objetos a centenas de milhares de quilômetros de distância — algo essencial para acompanhar o crescente tráfego de sondas, satélites e naves pelo espaço cis-lunar.

“O programa TBD2 visa aprimorar as capacidades de alerta precoce para agências de defesa e civis que rastreiam potenciais ameaças e objetos de interesse”, informou a DARPA em nota.

Representação mostra a espaçonave Orion da NASA se aproximando da futura Estação Espacial Gateway no espaço cislunar. DARPA pretende ampliar o monitoramento da região entre a Terra e a Lua. Imagem: Divulgação/NASA

Como esse rastreamento deve funcionar

O TBD2 aposta em sensores ópticos combinados com algoritmos avançados que processam dados diretamente a bordo das espaçonaves. Esses sistemas poderiam rastrear objetos minúsculos (de 10 a 20 centímetros) a distâncias entre 200 mil e 400 mil quilômetros.

A proposta é que duas espaçonaves distintas carreguem essas tecnologias:

  • Uma operando no Ponto de Lagrange 1 Sol-Terra, a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
  • Outra posicionada além das órbitas geossíncronas, para vigiar o “corredor Terra-Lua”.

Esses pontos são regiões gravitacionais estáveis, ideais para observações prolongadas com gasto mínimo de energia. Assim, os EUA pretendem manter uma vigilância contínua de tudo o que entra e sai da órbita lunar.

Corrida à Lua se intensifica: China planeja pouso em 2030, enquanto os EUA preparam a missão Artemis 3 para 2027. Imagem: Merlin74/Shutterstock

Uma nova corrida espacial em andamento

O projeto da DARPA surge em meio à corrida à Lua. De um lado, a China promete pousar astronautas até 2030. Do outro, os Estados Unidos planejam o retorno com a missão Artemis 3, prevista para 2027 — embora atrasos em foguetes e módulos de pouso estejam gerando preocupações.

A menos que algo mude, é altamente improvável que os Estados Unidos consigam cumprir o cronograma projetado pela China.

Jim Bridenstine, ex-administrador da NASA, em audiência no Senado dos Estados Unidos.

Especialistas destacam que quem chegar primeiro poderá ditar as regras sobre o uso de recursos lunares e a cooperação internacional.

Leia mais:

O interesse da DARPA não é isolado. A Força Espacial dos EUA e o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea também desenvolvem tecnologias de propulsão e monitoramento para ampliar a consciência situacional no espaço cis-lunar.

A mensagem é clara: a Lua e seu entorno deixaram de ser apenas destino de exploração científica e passaram a ser considerados território estratégico.

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