Europa rompe parceria com a Rússia em missão para explorar Marte; entenda

O que era uma suspensão agora virou uma demissão: a agência espacial europeia (ESA) confirmou o fim da participação da Rússia na missão ExoMars, que planeja lançar um rover na superfície de Marte para a busca de sinais de vida – antiga ou atual – ao final desta década.

A situação é basicamente uma oficialização de uma suspensão ocorrida em março de 2022, quando a ESA decidiu suspender relações com a Rússia (que vinha desenvolvendo parte da tecnologia da ExoMars) após o governo de Vladimir Putin, em fevereiro, invadir a Ucrânia em ato de guerra.

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Originalmente, a ESA lançaria o rover – chamado Rosalind Franklin – por meio de um foguete Proton a partir do cosmódromo Baikonur, e o pouso do veículo na superfície de Marte seria feito com o auxílio de um módulo chamado Kazachok

On a different note, today @ESA Council addressed the ExoMars Rover and Surface Platform mission, acknowledging that the circumstances which led to the suspension of the cooperation with Roscosmos – the war in Ukraine and the resulting sanctions – continue to prevail.

— Josef Aschbacher (@AschbacherJosef) July 12, 2022

As a consequence, Council mandated me to officially terminate the currently suspended cooperation with Roscosmos on the ExoMars Rover and Surface Platform mission.

New insights on the way forward with other partners will come at a media briefing on 20 July, details to come.

— Josef Aschbacher (@AschbacherJosef) July 12, 2022

Segundo o diretor da ESA, Josef Aschbacher, a decisão foi tomada em conselho deliberativo, avisando a seus seguidores no Twitter que os termos da suspensão ainda valiam. Aschbacher ainda prometeu mais informações sobre o futuro da missão para uma transmissão ao vivo agendada para a próxima quarta-feira (20).

Obviamente, já podemos prever algumas consequências dessa mudança: é improvável que, considerando a necessidade de se encontrar um novo parceiro para a produção de um foguete e uma base de lançamento, a missão ExoMars seja lançada em 2028, como anteriormente planejado.

Isso porque, com a Rússia, a missão ExoMars tiraria proveito e um alinhamento planetário entre Terra e Marte, que criaria condições ideais de trânsito para o planeta vermelho – esse alinhamento ocorre uma vez a cada 26 meses.

Vale lembrar, no entanto, que a exclusão da Rússia da ExoMars não implica em deixar de usar o material que já vinha sendo conduzido: devido à sua natureza de duas fases, a missão já lançou alguns aparatos tecnológicos pelos esforços russos – como a sonda Trace Gas Orbiter (TGO), que saiu do cosmódromo e chegou à órbita de Marte em outubro de 2016 e segue estudando a superfície do planeta vermelho.

A ESA não é a primeira a excluir a Rússia de seus projetos espaciais: desde que a guerra começou, propulsores de foguete de fabricação russa não são mais vendidos a empresas norte-americanas, e a empresa aeroespacial francesa Arianespace dissolveu a parceria com o país, que a via usar os foguetes Soyuz em alguns lançamentos de satélites.

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