A cada semana, uma nova startup de IA surge com a promessa de fornecer a tecnologia mais inovadora. Isso a torna um item cobiçado por investidores, e, segundo a Reuters, as startups de IA levantaram cerca de US$ 73,1 bilhões (R$ 389 bilhões) no primeiro trimestre de 2025, superando os investimentos realizados em todo o ano de 2024.
O problema, como já alertamos, é que os modelos de IA ainda não geraram lucros para as desenvolvedoras. Na verdade, as grandes empresas do setor apresentam um déficit de US$ 800 bilhões (cerca de R$ 4,25 trilhões). Por isso, muitas startups europeias estão trilhando um caminho diferente das norte-americanas.
Como tornar a inteligência artificial realmente útil
Com expectativas que podem estar à frente do que a tecnologia oferece atualmente, especialistas explicam que podemos estar vivendo uma bolha que mascara possíveis fraquezas em relação à adoção da inteligência artificial, acredita Bryan Yeo, diretor de investimento do grupo do fundo soberano GIC, em entrevista à Reuters.
Desafios e riscos do setor
• Especialistas alertam para uma possível bolha no mercado de IA.
• As expectativas podem estar adiantadas em relação ao que a tecnologia realmente oferece.
• Modelos de IA tradicionais, como ChatGPT e Claude, precisam se aprimorar constantemente para manter relevância.
• O custo de operação e desenvolvimento é altíssimo, exigindo investimentos contínuos.
No entanto, enquanto as empresas nos Estados Unidos estão apostando em modelos de linguagem grandes (LLMs), que exigem um poder computacional cada vez maior, na Europa, as startups procuram desenvolver ferramentas que tornem a IA útil — a chamada camada de aplicação.
É onde acreditamos que a maior parte do lucro será obtida no futuro.
Robert Lacher, sócio-fundador do Visionaries Club, em entrevista à CNBC.
Modelos de IA tradicionais precisam se aprimorar constantemente
Com a necessidade de demonstrar que seus negócios podem ser lucrativos, modelos de IA como o ChatGPT e o Claude precisam se aprimorar para não perderem terreno. Com isso, como afirma Lacher, ao optar por seguir um caminho diferente, as empresas europeias têm uma grande oportunidade de se concentrar na camada de aplicação da IA.
Por exemplo, a startup sueca Lovable desenvolveu uma plataforma que permite que os usuários criem aplicativos e sites com IA. Já a inglesa Synthesia é uma startup voltada para a geração de vídeos por IA.
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Bryan Kim, sócio da empresa de capital de risco Andreessen Horowitz, disse em entrevista à CNBC que é exatamente o avanço constante da tecnologia que está mantendo tudo funcionando, mas ele também acredita que, em algum momento, “cheguemos a um ponto em que a camada do modelo estabilize”, permitindo que outras discussões sejam colocadas em pauta.
Europa oferece outra opção para a inteligência artificial
Investidores e empresários europeus acreditam que a Europa tem potencial para criar grandes empresas de inteligência artificial, mas com outro foco, apesar de enfrentarem desafios em relação aos Estados Unidos, como menor acesso ao capital e menor tolerância ao risco.
O segredo, dizem eles, é mudar a mentalidade e aproveitar as vantagens locais para conseguir competir globalmente, oferecendo um crescimento constante e métricas de negócios sólidas.
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