Excesso de gordura pode acelerar progressão do câncer de endométrio

A obesidade é há muito tempo reconhecida como um fator de risco crítico para o câncer de endométrio, com diversos estudos comprovando a correlação entre o excesso de gordura corporal e a incidência de câncer.

Agora, um novo estudo demonstra que a obesidade não apenas apresenta riscos, como também é um fator-chave que influencia a progressão e a metástase do tumor no endométrio.

Estudo demonstra que a obesidade não apenas apresenta riscos, como também é um fator-chave que influencia a progressão e a metástase do tumor no endométrio (Imagem: Wirestock Creators/Shutterstock)

Entenda como o excesso de gordura pode aumentar a incidência do câncer

Um estudo apresentado no 38º Congresso Anual da Associação Europeia de Medicina Nuclear (EANM’25) mostrou que a atividade da gordura localizada na barriga está ligada à gravidade do câncer de endométrio, segundo o site EurekAlert!.

Os pesquisadores explicaram que a gordura do corpo não é toda igual e, por isso, é importante entender como diferentes tipos de gordura podem influenciar o crescimento do câncer. Como essa gordura envolve órgãos importantes, ela também afeta o metabolismo e processos de inflamação, potencializando seus efeitos.

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Para investigar, cientistas do Hospital Universitário Haukeland e da Universidade de Bergen (Noruega) analisaram exames de PET/CT de 274 mulheres com câncer de endométrio. Eles mediram a quantidade de glicose que a gordura visceral (aquela ao redor dos órgãos) absorvia, usando isso como um indicador de sua atividade.

O resultado mostrou que quanto mais ativa essa gordura — ou seja, quanto mais glicose ela consome — maior a chance de o câncer estar em estágio avançado e com metástases nos linfonodos.

Pesquisadores afirmam que mais estudos são necessários para que a análise seja aperfeiçoada e para acompanhar a progressão da doença e como o paciente responde ao tratamento (Imagem: Jo Panuwat D/Shutterstock)

A maior atividade metabólica na gordura visceral foi significativamente associada a estágios mais avançados do câncer.

Jostei Sæterstøl, médico especializado em medicina nuclear e principal autor do estudo, ao EurekAlert!

Desafios futuros:

  • O exame PET/CT para medir a atividade da gordura visceral ainda não é usado de forma comum em hospitais;
  • Um dos problemas é que o sinal da gordura é fraco e os resultados podem variar;
  • No futuro, técnicas mais avançadas, imagens padronizadas e inteligência artificial (IA) podem tornar o exame mais preciso.

Agressividade da doença não está relacionado à quantidade de gordura

Sæterstøl explica que a inflamação na gordura visceral pode liberar substâncias que ajudam o tumor a crescer e a escapar do sistema imunológico. Isso também pode causar resistência à insulina, outro fator que favorece a evolução da doença.

Inflamação na gordura visceral pode liberar substâncias que ajudam o tumor a crescer (Imagem: Jezperklauzen/iStock)

Além disso, segundo ele, sinais químicos da gordura e a interação entre essa gordura e as células cancerígenas podem ajudar a doença a se espalhar, especialmente para os linfonodos.

Pesquisas futuras vão se concentrar em aperfeiçoar os métodos de análise, usar inteligência artificial para identificar regiões específicas, estudar sinais biológicos e o perfil genético do tumor, e acompanhar como a doença progride e como os pacientes respondem ao tratamento.

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