Excesso de raios gama no centro da Via Láctea pode ser sinal de aniquilação de matéria escura

Uma pesquisa recente sugere que o excesso de raios gama no centro da Via Láctea, detectado pelo Telescópio Espacial Fermi Gamma‑ray em 2009 , pode estar diretamente ligado à aniquilação de partículas de matéria escura. O estudo foi publicado na revista científica Physical Review Letters, na última quinta-feira (16).

Os cientistas utilizaram simulações de alta resolução de galáxias semelhantes à nossa, reproduzindo ambientes cósmicos parecidos com os da vizinhança da Terra. Esses modelos revelaram que o halo de matéria escura da Via Láctea, visto como uma região esférica, na verdade, apresenta um formato achatado e assimétrico. A nova aparência coincide com a distribuição observada dos raios gama no centro galáctico.

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Estudo traz resposta para debate sobre origem do excesso de raios gama

O debate sobre esse fenômeno é antigo. O excesso de raios gama apontava para um evento energético no núcleo galáctico, mas sua forma espacial não se encaixava com o modelo clássico de halo esférico de matéria escura.

Em pesquisas anteriores, astrônomos criaram duas principais hipóteses: ou os raios gama vinham de estrelas de nêutrons que giram rapidamente (os pulsares de milissegundo) ou da aniquilação de partículas de matéria escura.

O novo estudo mostra que, ao considerar um halo de matéria escura achatado, com formato semelhante ao da distribuição das estrelas, as simulações reproduzem com precisão o padrão observado de raios gama. Isso indica que o excesso pode resultar da colisão e aniquilação de partículas de matéria escura, que liberam essa radiação de alta energia.

Via Láctea em simulação de computador. (Imagem: AIP/ A. Khalatyan)

“Analisamos simulações da Via Láctea e de seu halo de matéria escura e descobrimos que o achatamento dessa região é suficiente para explicar o excesso de raios gama como sendo devido à aniquilação de partículas de matéria escura”, disse Moorits Muru, líder do estudo e pesquisador na Universidade de Tartu, em um comunicado.

Apesar da força dos resultados, os pesquisadores alertaram que este não é um veredito final. Outras origens, como a atividade da população de pulsares antigos, ainda não podem ser completamente descartados.

Mesmo assim, o novo modelo do halo achatado representa uma peça essencial no quebra-cabeça cósmico. O próximo passo é integrar essas simulações a observações mais precisas, em busca de evidências diretas das enigmáticas partículas que compõem a matéria escura.

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