Conforme noticiado pelo Olhar Digital, no início do mês passado, uma equipe de astrônomos anunciou a detecção de uma explosão cósmica completamente fora do comum. Desde então, a ocorrência, que segue sob investigação, tem intrigado cientistas e colocado em dúvida o que se sabia sobre o processo de morte das estrelas.
O evento, nomeado GRB 250702B, foi descoberto em 2 de julho pelo telescópio espacial Fermi, da NASA. De acordo com um artigo disponível no servidor científico arXiv, onde aguarda revisão de pares, essa foi a explosão de raios gama (GRB) mais longa já observada, com duração de impressionantes 24 horas – muito além dos poucos segundos ou minutos típicos desses fenômenos.
Explosão de raios gama recorde intriga cientistas
As GRBs são os eventos mais poderosos do Universo. Elas ocorrem quando estrelas massivas colapsam e formam buracos negros, ou quando objetos extremamente densos, como estrelas de nêutrons, se fundem. A energia liberada é tão intensa que pode ofuscar galáxias inteiras por breves instantes.
No entanto, a GRB 250702B se comportou de forma inédita. Uma explosão tão duradoura e energética levantou uma questão: como algo poderia continuar “explodindo” por tanto tempo? Para resolver o mistério, os astrônomos precisavam calcular sua distância e, assim, estimar a quantidade real de energia envolvida.
Com a ajuda do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, os cientistas mediram essa distância e confirmaram que se tratava da explosão mais energética de todas. Eles também buscaram sinais de uma supernova associada (algo comum em GRBs longas), mas nenhuma explosão brilhante foi detectada. É possível, no entanto, que uma supernova mais fraca esteja escondida sob a poeira da galáxia hospedeira.
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Morte de estrelas pode ser totalmente diferente dos modelos
Segundo o estudo, a GRB 250702B é surpreendentemente distante, e sua energia desafia os modelos tradicionais de colapso estelar. Uma das hipóteses é que ela tenha sido causada por um tipo incomum de colapso de estrela ou até por um buraco negro destruindo uma estrela menor.
Outro detalhe curioso é que a galáxia onde tudo aconteceu é enorme e cheia de poeira, ao contrário das pequenas galáxias jovens onde essas explosões costumam ocorrer. Isso sugere que o ambiente pode ter desempenhado um papel decisivo na origem desse evento extraordinário.
Os astrônomos afirmam que ainda há muito a descobrir sobre a GRB 250702B, como a possível supernova oculta e o comportamento de seu brilho residual. O caso pode obrigar a ciência a repensar o que realmente acontece quando uma estrela chega ao fim de sua vida.
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