Exposição ao chumbo pode ter deixado cérebro humano mais complexo, diz estudo

A exposição ao chumbo pode levar a problemas de desenvolvimento, deficiência intelectual e dificuldades de aprendizado. Além disso, pode causar danos neurológicos, alterações de personalidade, anemia, e problemas de fertilidade. 

Apesar dos impactos negativos na nossa saúde, este elemento químico pode ter desempenhado um importante papel na evolução do cérebro humano. É o que aponta um novo estudo publicado na revista Science Advances.

Pesquisadores investigaram impactos da exposição ao nosso cérebro (Imagem: Edit 4 Me/Shutterstock)

Chumbo favoreceu desenvolvimento de habilidades humanas

  • De acordo com os pesquisadores, nossos ancestrais foram expostos ao chumbo ao longo de muitos anos.
  • Um cenário que pode ter favorecido o surgimento de indivíduos mais resistentes aos efeitos do metal.
  • Isso teria acontecido graças a uma versão específica de um gene presente apenas no Homo sapiens.
  • Segundo o estudo, essa diferença genética permitiu que o cérebro humano se desenvolvesse de forma mais complexa.
  • O resultado foi o desenvolvimento de habilidades como fala, comunicação e cooperação, que são características que nos distinguem de outros hominídeos.

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Exposição ao chumbo causa prejuízos para a nossa saúde, mas pode ter sido importante no passado (Imagem: BeataGFX/Shutterstock)

Gene foi responsável por uma melhor adaptação ao ambiente antigo

Durante a pesquisa, a equipe analisou dentes fossilizados de diferentes espécies de grandes primatas. Este trabalho identificou evidências de que os nossos ancestrais foram expostos ao chumbo há pelo menos dois milhões de anos.

Os pesquisadores explicam que, mesmo sem fábricas ou tubulações, o metal já estava presente em abundância no nosso planeta. Erupções vulcânicas, poeira, solos e água que corria por cavernas são alguns exemplos de como essa contaminação pode ter ocorrido.

Erupções vulcânicas eram uma das fontes de chumbo no passado (Imagem: Vibe Images/Shutterstock)

Para investigar como a exposição prolongada pode ter influenciado a evolução do cérebro humano, os cientistas criaram “minicérebros”, ou organoides, produzidos a partir de células-tronco humanas. Esses modelos simulam estágios iniciais do desenvolvimento neural e foram cultivados com duas versões do mesmo gene.

A versão “moderna”, presente em todos os Homo sapiens, difere da antiga, exclusiva de neandertais e denisovanos, por apenas uma letra no DNA. A conclusão do trabalho é que essa pequena diferença pode ter desempenhado um papel decisivo na maneira como o cérebro humano responde a toxinas e se adaptou ao ambiente ao longo da história evolutiva.

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