A Foxconn confirmou que será uma das fornecedoras de data centers do projeto Stargate. Os equipamentos serão produzidos na fábrica que a empresa vendeu há duas semanas para a SoftBank, em Ohio, nos Estados Unidos.
Um acordo de joint venture será firmado em breve para confirmar que a Foxconn continuará responsável pelas operações na unidade, enquanto a SoftBank fornecerá as máquinas de fabricação necessárias, segundo a Bloomberg.
Assim, os servidores de IA do projeto de US$ 500 bilhões serão montados pela mesma fabricante de iPhones da Apple e de peças da Nvidia. A Foxconn faz parte do grupo Hon Hai, empresa multinacional taiwanesa — a maior do mundo no ramo.

De olho em terrenos
A venda da fábrica em Ohio (antiga instalação da General Motors) foi concluída em 5 de agosto por US$ 375 milhões. Naquele momento, a Foxconn não divulgou o comprador, mas arquivos publicados pelo site TechCrunch identificavam a empresa como “Crescent Dune LLC”, que havia se estabelecido em Delaware a 12 dias da transação.
Agora, a SoftBank está em busca de outros locais com potencial de instalação de data centers, levando como critério o acesso a redes de água, energia e telecomunicações. São fatores cruciais para atender a demanda de energia exigida pelos hardwares.
O conglomerado japonês está liderando o Stargate em parceria com OpenAI, Oracle e MGX de Abu Dhabi. Anunciado em janeiro pelo presidente Donald Trump, o projeto pretende criar a maior rede de data centers do mundo, nos Estados Unidos.

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IA soberana
Apesar dos benefícios já conhecidos para o desenvolvimento de IA, esse tipo de estrutura também levanta questões sobre segurança nacional e competitividade industrial. O ‘problema’ ganhou até nome: nuvem soberana — e a Softbank sabe bem disso.
“À medida que os serviços globais de nuvem continuam a se expandir, cresce a preocupação de que dados pessoais e confidenciais possam estar sob a jurisdição de sistemas jurídicos estrangeiros”, explicou a empresa em um comunicado.

“Para eliminar a influência de leis e regulamentos de outros países — e evitar solicitações de divulgação de dados ou vigilância realizada por provedores de nuvem estrangeiros sob suas próprias leis nacionais —, torna-se essencial que os países garantam que a residência e as operações de dados estejam totalmente contidas dentro de suas próprias fronteiras.”
Em solo japonês, as coisas parecem estar bem encaminhadas: a Softbank garante uma infraestrutura de nuvem soberana para promover a independência tecnológica do país por meio de data centers de IA e serviços baseados em GPU. Veremos a mesma soberania na América?
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