“Fantasma Cósmico” de 170 mil anos-luz em galáxia próxima encontrado pelo Vera C. Rubin

O Observatório Vera C. Rubin, ainda em fase preliminar de operação, já demonstrou seu potencial revolucionário ao permitir a descoberta de uma corrente estelar monumental ao redor da galáxia Messier 61 (M61), localizada a 55 milhões de anos-luz da Terra. A estrutura, com 170.000 anos-luz de comprimento e 10.000 anos-luz de largura, supera a própria extensão da Via Láctea visível e representa os resquícios de uma galáxia anã devorada pela M61.

A descoberta, realizada com a câmera LSSTCam de 3,2 gigapixels – a maior e mais sensível do mundo – surpreendeu a comunidade astronômica pela magnitude do fenômeno e por ter passado despercebida até agora em uma galácia extensamente estudada.

Equipado com a maior câmera digital do mundo, o Observatório Vera C. Rubin revelou as primeiras imagens nesta segunda-feira (23). Crédito: RubinObs/NOIRLab/SLAC/DOE/NSF/AURA/B. Quint

Estrelas encontradas no ‘universo oculto’ 

“O fluxo de luz da M61 é relativamente brilhante, cerca de 100 milhões de vezes maior que o do Sol, e é surpreendente que não tenha sido notado antes”, afirmou Aaron J. Romanowsky, astrônomo da Universidade Estadual de San José e membro da equipe de descoberta ao Space.com. “Isso destaca a dificuldade de detectar até mesmo os fluxos mais brilhantes e o quanto ainda desconhecemos sobre a história das galáxias.”

A corrente estelar, tecnicamente classificada como “cauda de maré”, é interpretada como o resultado do processo de canibalismo galáctico no qual a M61 desintegrou uma galáxia anã menor através de forças gravitacionais extremas.

(Imagem: RubinObs/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA)

Romanowsky explica que a descoberta pode resolver um mistério antigo: “M61 abriga uma ‘tempestade galáctica’ de intensa formação estelar que alimenta a erupção de seu buraco negro supermassivo central. Agora identificamos o culpado – a corrente estelar está agitando a M61 através de forças gravitacionais.”

Enquanto o buraco negro supermassivo da Via Láctea permanece inativo, seu equivalente na M61 mostra atividade voraz, expelindo matéria – um comportamento que pode estar diretamente relacionado à perturbação causada pelo processo de canibalismo galáctico.

Leia mais:

A descoberta antecipa o potencial do Observatório Vera C. Rubin quando iniciar oficialmente o Legacy Survey of Space and Time (LSST), projeto de dez anos que mapeará o céu com profundidade sem precedentes.

“Esperamos que, quando Rubin obtiver imagens muito profundas de galáxias, as vejamos cercadas por uma tênue rede de correntes estelares”, projetou Romanowsky. “Esta descoberta demonstra as excelentes características do Rubin e aponta para um futuro promissor de revelações similares.”

A pesquisa, disponível no repositório arXiv, representa apenas o primeiro vislumbre do poder transformador do novo observatório, sugerindo que o universo ainda guarda inúmeras surpresas à espera dos instrumentos adequados para revelá-las.

O post “Fantasma Cósmico” de 170 mil anos-luz em galáxia próxima encontrado pelo Vera C. Rubin apareceu primeiro em Olhar Digital.

Related posts

Black November Insider com descontos de até 50% e cupons exclusivos; confira os destaques

Epic Games Store libera dois jogos grátis por tempo limitado nesta quinta (20)

Twisted Metal vai ter terceira temporada! Veja o que esperar