‘Faraó dos Bitcoins’ é condenado a 19 anos de prisão por organização criminosa

Considerado culpado dos crimes de organização criminosa e corrupção ativa, o empresário Glaidson Acácio dos Santos, também conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, foi condenado a 19 anos e dois meses de prisão. A decisão foi publicada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na última quinta-feira (2).

Preso em 2021 durante a operação Kryptos da Polícia Federal, o acusado de liderar um esquema de pirâmide financeira por meio da empresa GAS Consultoria e Tecnologia estava detido na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Mas desde setembro, foi transferido para o presídio de segurança máxima Bangu 1, no Rio de Janeiro.

O esquema liderado pelo Faraó dos Bitcoins prometia lucros de 10% ao mês para investimentos em criptoativos. (Imagem: Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Esquema teria movimentado R$ 38 bilhões

Segundo investigações da PF e do Ministério Público Federal (MPF), a empresa de Glaidson foi aberta em 2015 e prometia lucros de 10% ao mês para quem investisse em criptomoedas, o que atraiu um grande número de pessoas. No entanto, centenas de investidores acabaram lesados.

  • Estimativas apontam que o negócio fraudulento apelidado de “Novo Egito”, devido às várias pirâmides criadas, movimentou R$ 38 bilhões ao longo dos anos, envolvendo outras três empresas no nome dele;
  • O Faraó dos Bitcoins também foi acusado de liderar uma organização criminosa na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, que praticava crimes violentos, ameaças e corrupção;
  • De acordo com o processo, o empresário chefiava um grupo armado que mirava donos de empresas concorrentes e quaisquer pessoas que pudessem se tornar um obstáculo para os seus negócios;
  • Valores elevados eram utilizados no planejamento e na execução dos crimes, com os pagamentos ocorrendo por meio de empresas de fachada, algumas em nome de terceiros, para dificultar a identificação.

A denúncia também indica que a organização criminosa liderada pelo réu pagou propina de R$ 150 mil para que agentes da Polícia Civil realizassem operação em uma concorrente da GAS. Isso aconteceu em 2021, com o objetivo de afetar a reputação da empresa.

Conforme a sentença, há provas telemáticas de que Glaidson autorizou o pagamento e orientou seu braço-direito, Daniel Aleixo Guimarães, a negociar com os policiais. Também julgado, Daniel foi condenado a 16 anos e quatro meses de prisão pelos mesmos crimes.

A investigação aponta um alto número de investidores lesados na fraude. (Imagem: oatawa/Getty Images)

Defesa vai recorrer

Em nota ao g1, a defesa do réu manifestou respeito à decisão publicada recentemente pela justiça do Rio de Janeiro, mas afirmou que está preparando recurso para recorrer às instâncias superiores. Os advogados também ressaltaram que o caso permanece sujeito ao reexame judicial e análise técnica.

Vale destacar que o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou um total de 17 pessoas no processo referente à Operação Novo Egito, deflagrada em 2022 pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Porém, o caso foi desmembrado e a ação atual incluiu somente Glaidson e Daniel neste julgamento.

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