Fim da linha? Fusão da Microsoft e Activision Blizzard é barrada no Reino Unido

O regulador antitruste do Reino Unido acaba de anunciar o bloqueio da compra da Activision Blizzard pela Microsoft. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (26), a CMA ( “Competition and Markets Authority”) disse que o acordo de US$ 67,7 bilhões pode gerar um monopólio e prejudicar o mercado de jogos na nuvem.

O que dizem os reguladores?

O órgão aponta que a Microsoft já controla de 60% a 70% de fatia de participação no segmento, adicionar controle sobre títulos como “Call of Duty”, “Overwatch” e “World of Warcraft” daria uma vantagem significativa a empresa no mercado de jogos em nuvem, enfraquecendo “substancialmente a concorrência neste importante mercado”.Se combinados com o portfólio de jogos da Activision Blizzard, a empresa poderia dominar facilmente a esfera dos jogos na nuvem. O acordo também “padronizaria os termos e condições nos quais os jogos estão disponíveis, em vez de serem determinados pelo dinamismo e criatividade da competição no mercado”, diz um trecho do relatório oficial. Gerando uma “diminuição significativa da competição”, o suficiente para barrar o negócio.Em contrapartida, os reguladores acreditam que, sem a fusão, os jogadores teriam uma escolha mais ampla de provedores de serviços do que se todo esse conteúdo fosse bloqueado apenas no ecossistema da Microsoft.Por fim, a CMA cita ainda que a Microsoft já controla o Windows e o Xbox, duas grandes marcas e plataformas para jogos, bem como a infraestrutura para suportá-los (xCloud e Azure no lado da nuvem). 

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O nicho de jogos de console também foi citado pelos reguladores em março, ainda que com menos preocupação. Neste caso, a conclusão foi que, comercialmente, não faria sentido a Microsoft bloquear a chegada de títulos da Activision Blizzard (“Call of Duty” , “Overwatch” e “World of Warcraft”) em plataformas rivais.

A Microsoft inclusive assinou um acordo com a Nintendo por Call of Duty e deu mais abertura à Sony, sua maior rival no setor. Consequentemente, a investigação mudou o foco para o mercado de jogos em nuvem.

Vale destacar que este não é o único caso de reguladores preocupados de que a compra da Activision Blizzard pela Microsoft pode prejudicar o mercado de games. Nos EUA, a FTC (“Federal Trade Commission“) também entrou com um processo para tentar impedir o acordo.

A UE também chegou a se opor ao negócio por motivos de concorrência, mas deu sinais de que pode aprovar a fusão e deve tomar uma decisão final até 22 de maio. Já os reguladores da Arábia Saudita, Brasil, Chile, Sérvia, Japão e África do Sul aprovaram o acordo.

Resposta da Activision Blizzard e Microsoft

O CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, publicou uma nota dizendo que, embora a notícia não seja o que ele queria, “está longe de ser a palavra final” sobre o acordo. O executivo acrescenta que a Microsoft contestará a decisão, justificando que o bloqueio “sufocará o investimento, a concorrência e a criação de empregos em toda a indústria de jogos do Reino Unido”. O vice-presidente e presidente da Microsoft, Brad Smith, também publicou uma nota no Twitter, dizendo que a companhia continua comprometido com a aquisição.

We remain fully committed to our acquisition with @ATVI_AB and will appeal today’s determination by the CMA. Here’s our statement. pic.twitter.com/ylvDP5RUqQ

— Brad Smith (@BradSmi) April 26, 2023

Um apelo da Microsoft atrasará os planos de tentar fechar o negócio em julho. Se a contestação falhar ou não conseguir a aprovação de outros reguladores, a companhia terá que pagar US$ 3 bilhões em taxas de rescisão à Activision.

Com informações da CMA e The Verge

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