Fiocruz alerta para casos de encefalite equina no norte do Brasil

A Fiocruz confirmou o diagnóstico de encefalite equina venezuelana em três pacientes na região do Alto Solimões, Amazonas. Causada por um alphavirus transmitido por mosquitos que afeta humanos e equinos, a doença é considerada endêmica no norte da América do Sul e na América Central, com raros casos nos Estados Unidos.

Trata-se da primeira detecção do vírus em residentes de Tabatinga, região de tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru. Os pacientes (dois homens e uma mulher) já estão curados, sem sequelas ou transmissão a pessoas próximas.

Eles são residentes de diferentes bairros, e tiveram exposições diversas — um em área rural e dois em contexto urbano, todos com histórico de picada de mosquitos e sem contato direto com equinos ou animais doentes. O diagnóstico foi confirmado por meio da tecnologia de PCR em tempo real, além de sequenciamento genético.

Trata-se da primeira detecção do vírus em residentes de Tabatinga (Imagem: MatthieuCattin/Shutterstock)

Alerta

A encefalite é caracterizada por uma inflamação do cérebro e pode deixar sequelas variadas (motoras e cognitivas) a depender da área cerebral afetada e da gravidade da infecção. No entanto, a maior parte dos casos transcorre como uma doença febril sem consequências graves, podendo ser confundida com dengue, segundo a Fiocruz.

Os sintomas incluem febre de início súbito, cefaleia intensa, mialgia, artralgia, fadiga, calafrios, tontura e, em alguns casos, dor retro-orbital, tosse seca e dispneia. Casos mais graves podem levar a confusão mental, letargia, convulsões e coma.

A fundação emitiu um alerta de risco para apoiar a divulgação de informações sobre o assunto e facilitar medidas de controle em situações de emergência. “A experiência evidencia que a integração entre vigilância clínica, epidemiológica e laboratorial, aliada à cooperação trinacional, é fundamental para prevenir e conter a disseminação da VEEV em Tabatinga e em outros municípios amazônicos fronteiriços”, diz o comunicado.

Regiões amazônicas de fronteira concentram grande circulação de agentes infecciosos (Imagem: MatthieuCattin/Shutterstock)

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Trabalho em grupo

A detecção foi possível graças à atuação do Projeto Front Fever, uma iniciativa de vigilância de doenças febris agudas em regiões amazônicas de fronteira, onde há grande circulação de agentes infecciosos, de acordo com a Fiocruz.

“Nossos achados identificam o VEEV como uma causa sub diagnosticada de doença febril aguda na Amazônia brasileira”, explica Felipe Gomes Naveca, coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados da Fiocruz Amazônia.

Roedores silvestres são os principais vetores do vírus (Imagem: Dee Carpenter Originals/Shutterstock)

O atraso na liberação de resultados laboratoriais comprometeu a resposta rápida na região, segundo o comunicado. Episódios de febre também dificultam a detecção clínica, e a proximidade com áreas endêmicas nos países vizinhos pode ser um desafio na contenção do vírus, na avaliação da entidade, que defende a busca ativa em hospitais.

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